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GM e Volks param contra cortes; Mercedes nega PPE

Linha fina
TRT promoveu, sem sucesso, audiência de conciliação entre metalúrgicos e General Motors, que demitiu 798. Trabalhadores na Volks entraram em greve após cortes no retorno do 'lay-off'
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São Paulo – Enquanto a paralisação na General Motors em São José dos Campos completa nove dias, na Volkswagen de Taubaté o movimento entra no segundo, também contra demissões. Na GM, que fez 798 cortes em agosto, não houve acordo em audiência de conciliação realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas. Já a Volks promoveu dispensas em número ainda ignorado (pelo menos 50), na segunda 17, quando um grupo de 250 trabalhadores retornava de período de lay-off (suspensão de contratos). As duas unidades ficam no Vale do Paraíba, interior paulista.

Na sexta 21, às 15h, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José e a GM voltarão a se reunir no TRT, para nova audiência. Na terça 18, a empresa chegou a oferecer um salário extra, a título de indenização, para cada demitido, mas a proposta foi recusada. O Ministério Público do Trabalho manifestou-se a favor da suspensão da demissões, por falta de negociação coletiva prévia. A fábrica tem aproximadamente 5,2 mil funcionários. Na quarta 19, às 19h, a Assembleia Legislativa de São Paulo fará uma audiência pública para discutir as demissões.

A Volks divulgou nota na qual diz ter adotado "diversas medidas de flexibilização da produção", acrescentando que esses esforços não foram suficientes para adequar a produção à demanda de mercado. A montadora diz considerar urgente "a necessidade de adequação de efetivo e otimização de custos". Com 5 mil trabalhadores, a unidade de Taubaté produz os modelos Up!, Gol e Voyage.

A greve começou na terça 18, à tarde, depois de a empresa mandar cartas de demissão, na fábrica, para aproximadamente 50 trabalhadores. "Foi um ato de covardia", criticou o presidente do sindicato, Hernani Lobato. O excedente na unidade, segundo dado não oficial atribuído à Volks, seria de 500 funcionários, ou 10% do efetivo.

Na semana anterior, os metalúrgicos haviam rejeitado uma proposta da Volks que previa substituição de um reajuste já acertado (inflação mais aumento real de 2%) por um abono, sem incorporação nos salários, programa de demissões voluntárias e antecipação de aposentadorias (item que possibilitaria a saída de 100 trabalhadores por ano). O segundo turno já havia sido suspenso e a produção, reduzida de 1.050 para 850 veículos/dia.

Com a paralisação, o sindicato estima que 1.250 automóveis já deixaram de ser produzidos. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE, unidade local do Ministério do Trabalho) vai promover uma reunião amanhã, às 16h, em São Paulo.

Mercedes-Benz - Depois de dois dias de negociação, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Mercedes-Benz não fecharam a um acordo sobre a adesão da fábrica de São Bernardo do Campo ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), para evitar demissões. De acordo com o sindicato, a Mercedes insistiu em proposta já rejeitada em assembleia, que incluía redução de jornada (20%) e salarial (10%), além de cortar ou diminuir futuros reajustes.

"Lamentavelmente, face à intransigência da empresa, não houve acordo", afirmou o diretor do sindicato, Sérgio Nobre, também secretário-geral da CUT. "Em que pese outras diversas propostas que fizemos, a empresa permaneceu irredutível. Ela nem sequer concordou em que pudéssemos discutir alternativas com os trabalhadores após o retorno da licença remunerada, que ocorre na próxima segunda-feira, dia 24, e manifestou que vai iniciar o processo de demissões do excedente ainda antes do retorno do pessoal. Obviamente não vamos aceitar isso", acrescentou o dirigente.


Rede Brasil Atual - 19/8/2015
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