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Primeira rodada de negociação com bancos termina sem compromisso de manutenção dos empregos

Linha fina
Entrega da minuta dos trabalhadores aconteceu no dia 11; Segunda rodada acontece nos dias 2 e 3/09, com temas saúde e condições de trabalho
Imagem Destaque

Na primeira rodada de negociação, a Federação dos Bancos (Fenaban) não apresentou proposta para manter o emprego dos bancários. Somente de janeiro a junho deste ano, de acordo com dados do Caged, o setor bancário cortou 2.795 empregos. Esse número aumenta para 22 mil quando analisado o período de janeiro de 2012 a junho de 2015.

A reunião aconteceu nesta quarta-feira (19) entre os representantes dos bancos e o Comando Nacional dos bancários, em São Paulo. A data base da categoria é 1º de setembro.

“No momento em que o emprego é uma preocupação geral, inclusive com o governo anunciando linhas de créditos mais baratas para empresas que não demitam, os bancos com lucro crescendo 20% somente no semestre, não se comprometem em garantir o emprego dos trabalhadores”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional. “Cobramos maior responsabilidade social do setor, para contribuir com a geração de empregos do país e eles podem fazer isso contratando mais e oferecendo taxas de juros mais baixas para o setor produtivo”.

“A negociação hoje tratou de um tema essencial para os trabalhadores, mas o sistema financeiro não tem interesse em negociar a garantia no emprego. Os bancos insistem em dizer que demitem pouco, mas defendem os correspondentes bancários, que retiram o emprego da categoria e o transfere para outros lugares mais precarizados e de menores salários. A rotatividade e terceirização servem para eles aumentarem cada vez mais seus lucros”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional.

Lucro - O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos três primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 16,3 bilhões, com crescimento de 21,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais itens do balanço desses bancos comprovam o sólido desempenho do setor. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancarias cresceram 12% atingindo o valor de R$ 27 bilhões. Neste primeiro semestre, os balanços já divulgados (Itaú, Bradesco, Santander e BB) somaram R$ 29,8 bilhões, crescimento de 20% em relação a mesmo período do ano passado. Para os empregos, no entanto, curva descendente: 5.004 postos a menos em 2014 e 2.795 no primeiro semestre de 2015.


Reivindicações – A categoria bancária entregou para a Fenaban, no dia 11 agosto, a pauta de reivindicações da categoria. Entre os itens principais estão o índice de 16% (reposição da inflação mais aumento real de 5,7%, acima da inflação), o piso salarial no valor de R$ R$ 3.299,66 e a PLR (três salários base mais parcela adicional fixa de mais R$ 7.246,82). E reivindicam ainda melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas.


Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos onze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2014 de 20,07%: sendo 1,50% em 2009; 3,08% em 2010; 1,50% em 2011, 2% em 2012, 1,82% em 2013 e 2,02% em 2014.


Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(11) 3188-5212 ou (11) 99485-4868
[email protected]


Gilberto Nascimento
Secretaria de Imprensa da Contraf-CUT
(11) 99606-4826

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