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São Paulo - Servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em São Paulo, em greve há 47 dias, ocuparam na terça 25 o prédio da Superintendência Regional do órgão, no centro da capital paulista, para reivindicar o cancelamento do corte de ponto dos grevistas e a retomada das negociações com o governo federal, de acordo com o sindicato da categoria.
“Não há embasamento legal para efetuar o desconto. Foi uma forma de tentar acabar com a greve, mas não se conseguiu, e a greve manteve-se forte”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência em São Paulo (Sinsprev), Thiago Alves Dias. Ele informou que a ocupação da superintendência deve permanecer durante a noite.
Os servidores pedem reajuste de 27,3%, referentes a perdas salariais desde 2010. O governo ofereceu 21,3% divididos ao longo de quatro anos. Além disso, os servidores pedem incorporação de gratificações, realização de concurso público e melhores condições de trabalho.
Segundo Dias, aproximadamente a metade dos servidores do INSS em São Paulo já poderia se aposentar, mas não o faz por causa da redução salarial provocada pela perda das gratificações. É o caso da administradora Maria das Graças Figueiredo, de 57 anos, que entrou no INSS em 1979. “Eu poderia me aposentar com 52 anos, mas não pude sair, porque perderia metade do meu salário. Com esta idade, não vou ter mais campo para trabalhar fora”, relatou.
Contribuintes - Na tarde de terça 25, o comerciante Benjamin Batista, de 63 anos, foi à agência da Rua Xavier de Toledo, também no centro da capital. Ele quer pedir a aposentadoria e agendou atendimento para o dia 17 de julho. “Não fui atendido e até agora não consegui remarcar. Já liguei duas vezes e dizem que o sistema está fora do ar”, disse Benjamin. Ele não quis dizer se concorda com a greve e se sente prejudicado. “Preferia que resolvessem logo. Se é direito deles, é direito”, afirmou.
Na agência do bairro Glicério, também na região central, a analista de qualidade Ana Rita Rodrigues, de 36 anos, ficou aliviada ao perceber que a perícia estava funcionando. “Estou aguardando desde fevereiro. Tive o pedido indeferido e remarquei a perícia. Estou sem receber salário, e a médica do meu trabalho não permite que eu volte”, explicou. Ana Rita sofre com hérnia na coluna e artrose.
A nota do INSS divulgada no dia 14 destaca a decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo a qual as entidades representativas da carreira do seguro social têm de manter 60% dos servidores trabalhando enquanto durar a greve. O INSS justificou que a ação foi ajuizada com objetivo de minimizar os impactos negativos da paralisação.
Sobre as pessoas que buscarem atendimento e não forem atendidas, o INSS orienta que procurem o teleatendimento 135 para remarcação. Para a concessão do benefício, será considerada a data do primeiro agendamento. “Dessa forma, fica afastada qualquer hipótese de prejuízo financeiro aos segurados que fizerem jus a um benefício previdenciário”, afirmou o instituto.
A assessoria de imprensa do INSS foi procurada para comentar as questões apontadas pelos trabalhadores, mas não respondeu até a publicação da reportagem.
Camila Maciel, da Agência Brasil - 26/8/2015
“Não há embasamento legal para efetuar o desconto. Foi uma forma de tentar acabar com a greve, mas não se conseguiu, e a greve manteve-se forte”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência em São Paulo (Sinsprev), Thiago Alves Dias. Ele informou que a ocupação da superintendência deve permanecer durante a noite.
Os servidores pedem reajuste de 27,3%, referentes a perdas salariais desde 2010. O governo ofereceu 21,3% divididos ao longo de quatro anos. Além disso, os servidores pedem incorporação de gratificações, realização de concurso público e melhores condições de trabalho.
Segundo Dias, aproximadamente a metade dos servidores do INSS em São Paulo já poderia se aposentar, mas não o faz por causa da redução salarial provocada pela perda das gratificações. É o caso da administradora Maria das Graças Figueiredo, de 57 anos, que entrou no INSS em 1979. “Eu poderia me aposentar com 52 anos, mas não pude sair, porque perderia metade do meu salário. Com esta idade, não vou ter mais campo para trabalhar fora”, relatou.
Contribuintes - Na tarde de terça 25, o comerciante Benjamin Batista, de 63 anos, foi à agência da Rua Xavier de Toledo, também no centro da capital. Ele quer pedir a aposentadoria e agendou atendimento para o dia 17 de julho. “Não fui atendido e até agora não consegui remarcar. Já liguei duas vezes e dizem que o sistema está fora do ar”, disse Benjamin. Ele não quis dizer se concorda com a greve e se sente prejudicado. “Preferia que resolvessem logo. Se é direito deles, é direito”, afirmou.
Na agência do bairro Glicério, também na região central, a analista de qualidade Ana Rita Rodrigues, de 36 anos, ficou aliviada ao perceber que a perícia estava funcionando. “Estou aguardando desde fevereiro. Tive o pedido indeferido e remarquei a perícia. Estou sem receber salário, e a médica do meu trabalho não permite que eu volte”, explicou. Ana Rita sofre com hérnia na coluna e artrose.
A nota do INSS divulgada no dia 14 destaca a decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo a qual as entidades representativas da carreira do seguro social têm de manter 60% dos servidores trabalhando enquanto durar a greve. O INSS justificou que a ação foi ajuizada com objetivo de minimizar os impactos negativos da paralisação.
Sobre as pessoas que buscarem atendimento e não forem atendidas, o INSS orienta que procurem o teleatendimento 135 para remarcação. Para a concessão do benefício, será considerada a data do primeiro agendamento. “Dessa forma, fica afastada qualquer hipótese de prejuízo financeiro aos segurados que fizerem jus a um benefício previdenciário”, afirmou o instituto.
A assessoria de imprensa do INSS foi procurada para comentar as questões apontadas pelos trabalhadores, mas não respondeu até a publicação da reportagem.
Camila Maciel, da Agência Brasil - 26/8/2015