Brasília - Pesquisa com 1,2 mil pessoas de 72 municípios do país constatou que 25% dos consultados – um em cada quatro - ignoram que pagam impostos no seu dia a dia, contra 73% que sabem estar pagando algum tipo.
“Surpreendentemente, nós ainda temos um em cada quatro brasileiros que afirma não pagar impostos no dia a dia. É uma parcela minoritária, que associa imposto apenas a IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), Imposto de Renda (IR) ou IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Ele deduz que, por não pagar esses impostos, acaba esquecendo do imposto indireto”, diz o economista Christian Travassos, da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), autora da pesquisa em parceria com o Instituto Ipsos.
Ao serem formuladas novas perguntas, relativas à incidência no momento do consumo, a percepção se amplia dos 73% que dizem pagar para até 96%, no caso de taxas embutidas em alimentos e na energia, por exemplo.
Dentre os 73% que afirmam pagar algum tipo de imposto, 69% destacaram impostos municipais, como IPTU e taxas de iluminação e de lixo; 54% citaram impostos indiretos sobre serviços e produtos; 39% salientaram impostos estaduais; e 17% lembraram dos impostos federais, como o Imposto de Renda.
Os entrevistados admitiram também pagar impostos sobre telefonia, vestuário e higiene (93% cada), produtos de saúde (90%), serviços bancários e serviços pessoais (89% cada) e combustível (86%). A incidência de impostos em habitação foi reconhecida por 86% dos consultados. Esse foi o único segmento em que houve queda nas respostas.
Reforma tributária - A falta de conhecimento sobre o regime tributário do país motivou a realização, pelo Sindicato, de um debate em junho visando a efetivação de uma reforma que deixe a cobrança mais justa. O seminário De qual reforma tributária o Brasil precisa? também lançou a cartilha Uma reforma tributária para melhorar a vida do trabalhador (ao lado).
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“No Brasil, arrecada-se com os pobres e gasta-se com os ricos”. A frase dita pelo economista Márcio Pochmann durante a mesa de abertura resume umas das conclusões do seminário. Para tal, defendeu-se, dentre outras medidas, a taxação das grandes fortunas e o aumento da alíquota para tributação de heranças.
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Alana Gandra, da Agência Brasil, com edição da Redação - 13/8/2015
