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Bancos propõem que categoria tenha perda real de 2,8% mesmo com lucro bilionário

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Nova negociação acontece nesta terça (30) em São Paulo
Imagem Destaque
O setor mais lucrativo do país propôs nesta segunda-feira (29) para a categoria bancária reajuste salarial de 6,5% (o que representa perda real de 2,8%, de acordo com a inflação de 9,57%), além de abono de R$3.000.

Nesta terça-feira (30) haverá nova reunião entre o Comando Nacional dos bancários e a Federação dos Bancos (Fenaban).

“Em 304 negociações no primeiro semestre apenas 15 tiveram perda real acima de 2,8%. Ou seja, a proposta colocaria os bancários entre as 5% piores perdas reais em 2016. O setor mais lucrativo do país não pode tratar assim seus trabalhadores”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “Além da proposta econômica ser muito ruim não houve avanço nos outros itens prioritários, como garantia de emprego. Além disso, o abono proposto não incorpora no salario e isso faz com que a próxima negociação já se inicie com uma base defasada.

“O Comando dos bancários cobrou dos bancos avanço nas reivindicações gerais, como emprego, saúde, igualdade de oportunidades e segurança. Uma nova reunião foi marcada para amanhã e esperamos que os bancos apresentem avanços em torno desses temas”, disse Ivone Maria da Silva, secretária geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. 
 
“A proposta de reajuste é muito ruim e reduz salários. Repetimos para a Fenaban que abono significa um retrocesso. Queremos a reposição da inflação e ganho real, um modelo consagrado há mais de doze anos de negociações. Por estas razões, o Comando Nacional já disse à Fenaban que vai orientar a rejeição da proposta apresentada. Chegou a hora de cada bancário e bancária mostrar a sua disposição para a luta. Afinal, Só a Luta te Garante”, afirma Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando.

Lucro - Não há crise para o setor bancário. O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos seis primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 29,96 bilhões. Dos 25 setores com empresas de capital aberto avaliados pela Consultoria Economatica o setor bancário foi o de maior lucratividade no primeiro trimestre deste ano. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 6,2% atingindo o valor de R$ 26,582 bilhões.

Apesar dos lucros bilionários o banco vem reduzindo a participação dos trabalhadores na riqueza gerada por eles mesmos. Entre 1999 e 2006 a parcela do valor adicionado nos bancos destinado a seus trabalhadores era de 46% e entre 2007 e 2014 tal parcela caiu para 39%. Por outro lado o percentual destinado aos acionistas subiu de 29% para 36%.

Campanha 2016 - A categoria entregou a pauta de reivindicações no dia 09 de agosto. Já foram discutidos os temas emprego, saúde, segurança e condições de trabalho, igualdade de oportunidades e remuneração. Data-base da categoria é 1º de setembro.

Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 512 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos doze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2015 de 20,85% e 42,1% no piso.


 Principais reivindicações Campanha Nacional Unificada 2016:
•      Reajuste Salarial de 14,78%, sendo 5% de aumento real, com inflação de 9,31%
•      PLR – três salários mais R$ 8.297,61
•      Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24)
•      Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 880)
•      14º salário;
•      Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários;
•      Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
•      Melhores condições de trabalho nas agências digitais
•      Mais segurança nas agências bancárias
•      Auxílio-educação


 





Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região -
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