Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 1,34 bilhão, revertendo o prejuízo anotado no mesmo período de 2016, quando teve prejuízo líquido de R$ 2,17 bilhões.
As informações constam de nota divulgada na segunda 14 pelo BNDES, no Rio de Janeiro, e que apontam recuo na inadimplência da instituição no período janeiro-junho de 2017; contribuição positiva do desempenho da carteira da Bndespar; e crescimento com rendimentos e captações do ativo do sistema BNDES, que encerrou o período com R$ 883,64 bilhões.
Segundo o banco, o resultado bruto com participações societárias - que passaram de uma perda de R$ 4,92 bilhões, entre janeiro e junho de 2016 para um ganho de R$ 1,42 bilhão no mesmo período de 2017 - influenciou positivamente o balanço.
Já a redução de 92,7% da despesa com perdas em investimentos e o maior retorno proporcionado pela carteira de renda variável, na forma de dividendos, equivalência patrimonial e alienações, “foram as principais contribuições do resultado de participações societárias, oriundo majoritariamente da subsidiária de participações Bndespar”.
O comunicado do BNDES, no que diz respeito aos papéis da empresa JBS, informa que a Bndespar “decidiu realizar os cálculos para verificação do valor recuperável (teste de impairment) apenas no segundo semestre de 2017, em razão da grande volatilidade no valor das ações da empresa no período recente”.
Carteira de crédito - O BNDES também anunciou uma redução de 4,6% na carteira de crédito e repasse líquido, neste primeiro semestre, o equivalente a R$ 27,83 bilhões. Isto aconteceu porque as liquidações das operações superaram os desembolsos realizados no período e por causa do aumento de R$ 4,16 bilhões da provisão para risco de crédito, o que levou ao crescimento de 58,2% da disponibilidade financeira, de janeiro a junho.
Por outro lado, o produto de intermediação financeira apresentou redução de R$ 3,9 bilhões na comparação deste primeiro semestre com igual período de 2016, “principalmente pela redução da rentabilidade média da carteira de tesouraria, além do efeito da queda de volume na carteira média de crédito”.
O BNDES disse, ainda, que a carteira de crédito e repasses manteve a boa qualidade com 96,2% de suas operações classificadas entre os níveis AA e C. “Esse patamar é superior à média registrada pelo Sistema Financeiro Nacional, que é de 89,6%”, anunciou o banco.
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Ativos e patrimônio - O comunicado também informou que o ativo do Sistema BNDES totalizou - no fechamento do semestre, em 30 de junho - um crescimento de R$ 7,5 bilhões (0,9 no semestre), impactado pelos rendimentos das carteiras de crédito e de tesouraria; captações de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT - e emissão, em maio, de green bonds (títulos verdes) de US$ 1 bilhão.
Já o patrimônio líquido teve, no primeiro semestre, redução de R$ 5 bilhões, reflexo do ajuste de avaliação patrimonial negativo das carteiras de participações em sociedades não coligadas e de títulos e valores mobiliários, que alcançou R$ 4,22 bilhões; além do pagamento de dividendos complementares relativos ao lucro líquido de 2016, no valor de R$ 2,12 bilhões.
Dessa forma, ressalta o balanço divulgado hoje, o total de dividendos pagos ao Tesouro Nacional, relativos ao lucro de 2016, alcançou R$ 3,64 bilhões, atingindo o limite de 60% previsto na nova política de dividendos do BNDES aprovada no início deste ano.
Computados os efeitos, o Patrimônio Líquido do BNDES totalizou R$ 50,17 bilhões ao final do primeiro semestre de 2017. Já o Patrimônio de Referência, base para o cálculo dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central, foi de R$ 126,59 bilhões em junho último.
As demonstrações financeiras consolidadas do BNDES para o trimestre encerrado em 30 de junho de 2017 estão disponíveis nos sites do banco e da Comissão de Valores Mobiliários.