São Paulo – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,24% em julho, depois de recuar 0,23% no mês anterior. Mas ficou bem abaixo dos 0,52% de julho do ano passado, segundo o IBGE, que divulgou o resultado na quarta 9. Com isso, a taxa oficial de inflação no país soma 1,43% no ano (4,96% em igual período de 2016) e 2,71% em 12 meses, menor índice acumulado desde fevereiro de 1999. Em comum, são anos marcados por recessão e elevado nível de desemprego – o que contribuiu em boa parte para conter a inflação.
O desemprego está em 13%, também segundo o IBGE. A taxa cedeu na última divulgação, mas o coordenador de Trabalho e Rendimento do instituto, Cimar Azeredo, a ocupação cresceu por causa da informalidade: "Ou seja, há mais pessoas sem carteira e por conta própria, que não têm garantias trabalhistas".
A pesquisa observava critérios diferentes em 1999 e se limitava a seis regiões metropolitanas. Mas em janeiro de 1999 se informava que a taxa de desemprego havia crescido 38% nos primeiros quatro anos de governo FHC, de 6,5% para 9% – o índice não é estatisticamente comparável ao atual. No primeiro mandato do ex-presidente, o país havia "ganhado" 2,2 milhões de desempregados. O Produto Interno Bruto (PIB) de 1999 ficou pouco acima de zero. Foi também o ano da maxidesvalorização do real.
No mês passado, o grupo Alimentação e Bebidas, responsável por 25% das despesas das famílias, registrou queda – a terceira consecutiva – de 0,47%. Mas os grupos Habitação (1,64%) e Transportes (0,34%) pressionaram a taxa de julho. No primeiro caso, o principal impacto individual, de 0,20 ponto percentual, veio da energia elétrica, com alta de 6%. "Isso ocorreu devido à entrada em vigor da bandeira tarifária amarela, a partir de 01 de julho, representando uma cobrança adicional de R$ 2,00 a cada 100 Kwh consumidos", diz o IBGE, destacando ainda aumento na parcela do PIS/Cofins na maioria das regiões pesquisadas, reajuste em Curitiba (7,09%) e em São Paulo (5,15%).
Ainda em Habitação, houve aumento de 1,21% na taxa de água e esgotos, com aumentos em Goiânia e nas regiões metropolitanas de Fortaleza e Porto Alegre.
No grupo Transportes (0,34%), os combustíveis aumentaram 0,92% em julho – o preço da gasolina subiu 1,06%, em média, e o do etanol ficou 0,73% mais caro. Já as tarifas dos ônibus interestaduais tiveram alta de 2,15%, com variações de -1,27% (região metropolitana de Salvador) a 6,56% (Recife).
Entre os preços de alimentos, o IBGE lembra que os produtos para consumo em casa ficaram 0,81% mais baratos em julho, enquanto a alimentação fora aumentou 0,15%, em média. Caíram os preços de batata inglesa (-22,73%), leite longa vida (-3,22%), frutas (-2,35%) e carnes (-1,06%), enquanto foram registrados aumentos do tomate (16,9%) e da cebola (11,7%).
Nas regiões, o IPCA variou de -0,24% (Campo Grande) a 0,49% (Curitiba). Na região metropolitana de São Paulo, onde o índice tem peso de quase 31% no resultado geral, a taxa foi de 0,38%, igual à de Goiânia. Ficou em 0,35% em Salvador, 0,31% em Belo Horizonte, 0,29% em Recife, 0,28% em Brasília, 0,10% em Belém, 0,03% em Vitória, 0,01% em Fortaleza, -0,03% no Rio de Janeiro e -0,12% em Porto Alegre. Em 12 meses, vai de 1,31% (Goiânia) a 4,24% (Recife).
INPC - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve variação de 0,17%, acima de junho (-0,30%) e abaixo de julho de 2016 (0,64%). Está acumulado em 2,08% em 12 meses, ante 2,56% no período imediatamente anterior.