São Paulo – O movimento sindical realizou Dia Nacional de Luta em locais de trabalho da Caixa para protestar contra o desmonte do banco público promovido pelo governo Temer e cobrar valorização e respeito aos direitos dos empregados. A atividade foi realizada nesta terça-feira 15. Na base do Sindicato, as atividades concentraram-se em agências e nas Gerências de Retaguarda (Girets). Essas áreas serão extintas devido à reestruturação em curso.
Iniciada em julho, a reestruturação está atacando as áreas meio da Caixa e reduzindo número de empregados e funções nos departamentos responsáveis pelas funções sociais do banco. As principais afetadas são as Gifug (gerências de Fundo de Garantia), Gigov (gerências que cuidam dos programas sociais) e as Cehabs (responsáveis pelo crédito habitacional, uma das principais funções sociais do banco. Em 2015, a Caixa foi responsável pela concessão de 75% do crédito habitacional no país.
Durante o ato foi denunciada a intenção do governo Temer de mudar a forma de custeio do Saúde Caixa, impondo mais custos aos empregados públicos; foi lembrada a campanha cobrando responsabilidade da Caixa com o contencioso judicial da Funcef; e ainda, a luta contra o fatiamento do banco em áreas como lotex, cartões e caixa seguro.
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Também foi abordada a reforma trabalhista, que impactará diretamente os empregados da Caixa em diversos pontos, como a legalização da terceirização, fim da incorporação de função no salário após 10 anos, dentre outros.
“Afirmamos a importância da unidade e mobilização da categoria neste momento e também a luta que deveremos travar contra este desgoverno golpista se quisermos barrar essas medidas que impactarão diretamente na vida dos trabalhadores”, relata o dirigente sindical e bancário da Caixa Francisco Pugliesi, o Chico.
Negociação - No mesmo dia, representantes dos empregados reuniram-se com a direção da Caixa em nova rodada de negociação da mesa permanente, na qual reafirmaram o posicionamento da categoria contra a reestruturação e a ampliação do GDP, em defesa da revogação do RH 037, que abre espaço para a contratação de bancários temporários, pela contratação de mais empregados e em defesa da Caixa 100% pública.
A Caixa, que já chegou a contar com 101 mil empregados em 2014, poderá ficar com menos de 90 mil devido ao Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE) aberto em 20 de julho. Além da redução do número de empregados, que gera sobrecarga de trabalho e adoecimento, a direção do banco está impondo, de forma unilateral, uma reestruturação e ampliação do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), que afeta as carreiras e atinge os direitos dos trabalhadores.
Durante o ato, uma carta aberta foi distribuída aos empregados. O documento destaca que a mobilização visa cobrar do governo Temer e da direção da Caixa mais respeito à população e aos trabalhadores do banco.
“Nossas manifestações visam alertar os brasileiros para o processo de desmonte ao qual está sendo submetida a Caixa, uma instituição financeira centenária que tem contribuído para o desenvolvimento do país, por meio de programas de geração de emprego e renda, financiamento habitacional, incentivo ao turismo, redução da desigualdade regional, dentre outras”, relata a carta.
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