São Paulo – Em meio a um cenário de ataques aos bancos públicos e aos direitos dos trabalhadores promovidos pelo governo Temer, 316 delegados representando os bancários da Caixa reuniram-se no 33º Congresso Nacional dos Empregados, neste fim de semana, em São Paulo. Os debates resultaram em dezenas de resoluções que serão transformadas em ações voltadas para a defesa da única instituição 100% pública e seus trabalhadores, além da manutenção do seu caráter social.
Os debates que originaram as deliberações foram divididos em quatro eixos: Saúde Caixa, saúde e condições de trabalho; Funcef, aposentados e Previdência; reestruturação, reforma trabalhista e terceirização; e defesa da Caixa e dos bancos públicos.
No eixo voltado à saúde e condições de trabalho, entre as principais ações deliberadas estão o fortalecimento do Fórum Nacional de Condições de Trabalho; o incentivo a denúncias contra o assédio moral; e a campanha permanente pelo registro correto das horas trabalhadas.
Funcef – Com relação à Funcef, as entidades cobrarão responsabilidade da Caixa sobre o contencioso do fundo; lutarão contra o Projeto de Lei Complementar (PLP) 268/2016, que reduz a representação dos empregados; apoiarão o PLP 84/2015, que estabelece a paridade entre participantes e patrocinadora nos órgãos de gestão, acaba com o voto de desempate e proíbe a devolução do superávit aos patrocinadores.
Emprego – A luta contra a reestruturação deverá ser intensificada, com foco na reivindicação pela revogação das retiradas de função e retorno das áreas extintas. Também receberá atenção especial a cobrança pela incorporação dos terceirizados, a representação desses trabalhadores sob a égide do movimento sindical bancário, e pelo seu envolvimento nas lutas da categoria.
Bancos públicos – O fortalecimento da Caixa como banco público e estratégia para a retomada do desenvolvimento econômico e social; e a reposição dos funcionários que aderiram aos planos de demissão foram algumas das principais resoluções tiradas no grupo que discutiu a defesa dos bancos públicos e da Caixa.
A campanha em defesa da Caixa será intensificada, com a deflagração de mais protestos; articulação com a Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos – recém-lançada no Congresso Nacional e também durante o 33º Conecef – e com o Comitê em Defesa das Empresas Públicas; audiências públicas; visitas a prefeituras, câmaras municipais e assembleias legislativas, a fim de sensibilizar e envolver vereadores, deputados estaduais e prefeitos.
“Entendemos que todas essas resoluções invariavelmente passam pela resistência ao governo atual e suas políticas de enfraquecimento do Estado, das garantias sociais e trabalhistas, e dos bancos públicos”, afirma o dirigente sindical Dionísio Reis. “Por isso é fundamental que os empregados se envolvam nessa luta participando de assembleias e protestos. O que está em jogo é muito maior do que a perda de um dia de salário", acrescenta.