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Santander sinaliza positivamente sobre pausas no call center

Linha fina
Em negociação, banco se comprometeu a analisar reivindicação do Sindicato para aumentar intervalo entre os dois períodos de descanso dos atendentes e deu resposta a outros problemas do Vila Santander
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Foto: Seeb-SP

São Paulo – Em negociação para a renovação do acordo coletivo dos bancários do call center do Santander, dirigentes sindicais apresentaram proposta para solucionar o problema das pausas. Os trabalhadores se queixam que os dois períodos de descanso a que têm direito – um de dez minutos (pausa descaso) e outro de 20 minutos (pausa lanche) – são cumpridos logo no início da jornada e muito próximos um do outro. Isso os obriga a trabalhar mais de quatro horas ininterruptamente.

O Sindicato propôs um intervalo de pelo menos uma hora e meia entre essas duas pausas. Com isso, o período de trabalho ininterrupto será diminuído para 2 horas e 50 minutos. Os representantes do banco reconheceram que existe um problema nessa questão, se comprometeram a analisar a reivindicação do Sindicato e a dar uma resposta. A reunião seguinte, que estava marcara para 31 de agosto, foi adiada.

Aderência X remuneração variável – Os dirigentes também denunciaram problemas relacionados à aderência (tempo que os atendentes ficam à disposição durante as pausas ou em cada ligação), o que influencia no pagamento da remuneração variável. Os funcionários se queixam que é comum os atendimentos extrapolarem os períodos determinados para o cumprimento das pausas lanche e descanso, o que os obriga a desrespeitar o prazo estipulado para esses intervalos. 

“Os atendentes não podem interromper a ligação no meio do atendimento, mas ao mesmo tempo devem cumprir a pausa no horário estabelecido. Essas duas determinações muitas vezes acabam conflitando, o que obriga o funcionário a descumprir o período das pausas, afetando negativamente a remuneração variável”, critica o dirigente sindical André Bezerra. “O Santander descumpre normas do Ministério do Trabalho quando penaliza o trabalhador em relação às pausas. Reforçamos esse problema aos representantes do banco”, acrescenta André.
 
Além disso, os atendentes são obrigados a vender produtos em cada ligação. Caso a venda seja efetivada, um script [contrato] deve ser lido ao cliente, o que muitas vezes ultrapassa o tempo médio de atendimento [TMO]. Isso também afeta a aderência, fazendo com que o bancário seja penalizado.

“Além de se preocupar em cumprir as metas e atender de forma adequada o cliente, o bancário ainda tem de administrar a duração das ligações e o cumprimento correto das pausas, o que é humanamente impossível”, critica a diretora executiva do Sindicato e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani. “Cobramos uma solução e o banco se comprometeu a dar retorno na próxima reunião.” 

Escala de trabalho aos finais de semana – Os representantes dos trabalhadores reforçaram a reivindicação por intervalos de descanso mais razoáveis, garantindo finais de semana de descanso cheios. Os funcionários denunciam que chegam a trabalhar até quatro finais de semana seguidos, ou aos sábados, ou aos domingos. O banco afirmou que essa reivindicação já está sendo atendida.

Mais Certo – Também foram reforçados mais uma vez os problemas relacionados ao programa Mais Certo, que apura os resultados dos Gerentes Digitais. O sistema apresenta falhas, não auferindo corretamente o que foi vendido. Isso está fazendo com que muitos bancários deixem de receber corretamente.

Mudanças constantes nas carteiras dos clientes também estão prejudicando o cálculo correto das vendas. O Santander já havia reconhecido que o programa apresenta falhas e afirmou que a distribuição das carteiras está estabilizada, portanto, não haverá mais mudanças, e que ainda neste semestre todos os problemas relacionados ao Mais Certo estarão solucionados.

Caso qualquer dessas afirmações do banco não estejam sendo cumpridas, os bancários devem denunciar aos dirigentes sindicais ou através dos canais oferecidos pela entidade: o Assuma o Controle, pela Central de Atendimento (3188-5200) ou pelo WhatsApp da entidade (11 97593-7749).

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