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Chapéu
Reestruturação?

Sindicato cobra BB sobre mudanças na Ditec

Linha fina
Funcionários da área de tecnologia em São Paulo denunciaram assédio moral e ameaças de perda de função; BB garantiu que bancários e Sindicato terão participação no debate e que a Dipes acompanhará qualquer processo de permuta de trabalhadores entre áreas do banco
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Foto: Mauricio Morais

São Paulo – Dirigentes do Sindicato e delegados sindicais da Ditec (Diretoria de Tecnologia) do Banco do Brasil participaram de reunião, na sexta-feira 18, com representantes da Dipes (Diretoria de Pessoas), Gepes SP (Gestão de Pessoas) e Ditec (Diretoria de Tecnologia), na pessoa do gerente executivo Paulo Vaz Ferreira. A reunião tratou de denúncias recebidas pelo Sindicato sobre reestruturações na Ditec.

> Assédio moral e ameaças na Ditec do Banco do Brasil

Segundo relatos, os 67 trabalhadores da área – analistas e gerentes da divisão 5 do Gecap SP (Gerência de Construção de Aplicativos), da Ditec – foram chamados para reuniões em que foram questionados se aceitam mudança para Brasília e, caso não quisessem, seriam transferidos para outras unidades em São Paulo, mas sem garantia de manutenção de suas funções de analistas. A mudança de função representaria perdas salariais para essas pessoas, que trabalham há décadas na tecnologia do banco.

Na reunião de sexta 18, o gerente executivo da Ditec disse que sua gerência é uma unidade de construção de software e que não há atualmente previsão de funções gratificadas para teste de funcionalidade de software na Instrução Normativa. Esses serviços estariam subordinados a outra divisão, a Geint/Uos. O gerente afirmou ainda que houve ruído na comunicação e ninguém está sendo obrigado a sair da unidade. Segundo ele, os funcionários sem perfil para construção de software não teriam perda de salário caso fossem remanejados para órgãos como o Cenop.

“O Sindicato discorda. Haverá sim prejuízo na remuneração. Na reunião, os representantes do banco deram a entender que a produtividade na construção de softwares na Ditec fica prejudicada porque nem todos os funcionários estão programando”, avalia o secretário de Organização do Sindicato e bancário do BB, Ernesto Izumi.

“O Sindicato tem propostas para proteger os empregos e queremos construir isso junto com os trabalhadores. Vamos seguir com o debate, mobilizar os funcionários e continuar as negociações com o banco. É preciso se conscientizar que é possível resistir, juntos. Esses processos fazem parte de uma lógica neoliberal, presente na atual conjuntura política nacional, mas a nossa união pode resultar em conquistas.” acrescenta. 

Treinamento - Outra reclamação dos bancários da Ditec está relacionada aos funcionários que trabalham em testes de softwares, que se queixam da falta de treinamento adequado para construção de softwares. Segundo os delegados sindicais, houve treinamento para testes e não para construção. Assim, é injusto cobrar desempenho para construção destes trabalhadores. Os delegados também apontaram que a produtividade das equipes de construção cresce quando se misturam diferentes perfis de funcionários. A presença dos testadores de softwares, que conhecem bem a área, ajuda programadores e analistas na construção.

Transferências– Sobre permutas de funcionários da Ditec com outras áreas do banco como o Cenop, ou transferências para Brasília, o representante da Ditec alegou que são “apenas possibilidades”, que não existe nada de concreto. Além disso, sobre um possível processo de terceirização, a Gecap SP não quis se pronunciar, alegando que o tema não está sob a sua alçada. Por sua vez, a Dipes garantiu que qualquer discussão sobre permutas ou reestruturação terá a sua participação.

“De fato, a decisão sobre terceirização não é da Gecap. Esse tipo de decisão se dá em outro nível. Vemos positivamente a participação da Dipes no debate sobre as denúncias dos funcionários com relação às mudanças na unidade de São Paulo. Os bancários devem permanecer mobilizados. Foi a pronta ação dos trabalhadores e do Sindicato que forçou a reunião. O assunto definitivamente não está encerrado” enfatiza João Fukunaga, diretor do Sindicato e representante dos funcionários na Comissão de Empresa.

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