A expectativa dos empregados da Caixa de resolver impasses na quarta negociação com representantes do banco público na Campanha dos Bancários 2018, realizada na quinta 2, novamente foi frustrada. Não foram apresentadas pelos representantes da Caixa quaisquer propostas em relação a questão do corte de mais da metade da PLR e não pagamento da PLR Social, Saúde Caixa, descomissionamento de gestantes, contratações, manutenção de direitos do Acordo Coletivo de Trabalho e garantias contra prejuízos da nova legislação trabalhista.
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“Mais uma vez, os representantes da Caixa não avançaram nas negociações. Não ofereceram nenhuma resposta quanto às nossas reivindicações. Pelo contrário, reafirmaram a intenção de retirar conquistas históricas dos empregados”, relata o diretor do Sindicato Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que representa os bancários nas negociações com o banco.
“Diante desse desrespeito com os empregados, cobramos da Caixa que apresente proposta no dia 7, mesmo dia em que a Fenaban se comprometeu a apresentar sua proposta global aos bancários. Entretanto, independentemente do dia 7, é fundamental a participação maciça dos empregados da Caixa na assembleia do dia 8. Somente a mobilização e união de todos será capaz de defender conquistas históricas como o nosso Acordo Coletivo de Trabalho, o Saúde Caixa, a PLR e a PLR Social”, conclama Dionísio.
> Campanha 2018: bancos não apresentam proposta
A assembleia será realizada na quarta-feira 8, com início às 19h, em primeira chamada, 19h30 em segunda chamada, na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera, 192, Centro, São Paulo).
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PLR e PLR Social
Quanto as ameaças de corte de mais da metade do valor da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e do fim da PLR Social, a Caixa não apresentou nenhuma proposta.
Por meio de decisão do governo ilegítimo e seus apoiadores que dominam o Conselho de Administração (CA da Caixa), foi determinado que a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) será limitada a 25% do valor pago ao Tesouro na forma de dividendos, que por sua vez tem representado 25% do lucro líquido do banco. Assim, o valor distribuído aos empregados seria limitado ao teto de 6,25% do lucro líquido do banco, o que acarretaria em um corte de mais da metade da PLR creditada aos trabalhadores.
Os representantes do banco público reafirmaram na mesa de negociação que não obtiveram ainda autorização pelo governo federal para o pagamento da PLR Social, que corresponde a 4% do lucro distribuído linearmente a todos empregados, valorizando assim o papel social do trabalho exercido pelos trabalhadores do banco público.
Saúde Caixa
Sobre o Saúde Caixa, o banco não apresentou qualquer proposta e reafirmou que irá implementar a resolução 23 da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União) que, dentre outros pontos prejudiciais, exclui os aposentados atuais e futuros do plano de saúde; elimina contribuição por grupo familiar; e "quebra a solidariedade", o princípio pelo qual os empregados contribuem da mesma forma, independentemente do tempo de banco e idade.
“O acordo de dois anos manteve os empregados protegidos contra aumentos abusivos, mas com seu fim eminente, a direção do banco, sob ordens do governo Temer, ameaça com a imediata retirada do nosso direito à saúde. Os empregados têm de se mobilizar na campanha Saúde Caixa, Eu Defendo! Nenhum direito a menos! e apoiar o PDC 956/2018, que propõe a revogação da resolução 23 da CGPAR”, alerta Dionísio.
Para apoiar o Projeto de Decreto Legislativo 956/2018 na enquete disponibilizada no site da Câmara dos Deputados, CLIQUE AQUI e selecione a opção “Concordo”. Não é necessário se identificar.
ACT
Com relação à manutenção de todos os direitos contidos no Acordo Coletivo de Trabalho específico dos empregados da Caixa, sua validade para todos, independentemente da remuneração, e garantias contra prejuízos contidos na nova legislação trabalhista, os representantes do banco público não apresentaram nenhuma proposta.
Contratações
Mais uma vez, a CEE/Caixa cobrou que os aprovados em concursos da Caixa sejam convocados pelo banco público e que novos concursos sejam realizados para reduzir a enorme sobrecarga de trabalho a qual os empregados estão submetidos.
Os representantes da Caixa reafirmaram que o banco público não tem qualquer intenção de convocar aprovados ou realizar novos concursos nesse momento. Para piorar, informaram que existe a possibilidade de contratação de temporários.
Os representantes dos empregados cobram a revogação do RH 037, que foi adaptado à nova legislação trabalhista para permitir a contratação de temporários pela Caixa em atividade fim.
Descomissionamento de gestantes
Sobre a cobrança dos empregados da Caixa de fim do descomissionamento de gestantes, a Caixa também não apresentou proposta.
Dependência química de álcool e outras drogas
Sobre o reconhecimento da dependência química de álcool e outras drogas como doença, propiciando atendimento ao empregado, equipe de trabalho e grupo familiar por equipe multidisciplinar formada por médicos, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, a Caixa se dispôs a trazer o debate para o PRO (Programa de Reabilitação Ocupacional).
Veja como foram as negociações anteriores com a Caixa:
> 1ª rodada: Empregados e Caixa definem calendário de negociação
> 2ª rodada: Direção da Caixa não garante direitos dos empregados
> 3ª rodada: Governo quer impor o fim do Saúde Caixa