Sem surpresas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira 1º, manter pela terceira vez seguida a taxa básica de juros, a Selic, em 6,50% ao ano. Era essa a expectativa praticamente unânime dos observadores do mercado financeiro, que esperam, inclusive, manutenção desse patamar até o fim do ano, com possível alta no início de 2019.
A decisão foi unânime e sem viés. Depois de turbulência provocada pelo movimento dos caminhoneiros, a avaliação é de que a inflação voltará a uma certa "normalidade", sem saltos. "Indicadores recentes da atividade econômica refletem os efeitos da paralisação no setor de transporte de cargas, mas há evidências de recuperação subsequente", diz comunicado do Copom, que também aponta atividade econômica fraca.
"O cenário básico contempla continuidade do processo de recuperação da economia brasileira, em ritmo mais gradual do que aquele esperado antes da paralisação." Mais uma vez, o Comitê defende "reformas e ajustes" como fatores essenciais para manter inflação controlada e para uma "recuperação sustentável" da economia.
Os juros básicos tiveram cortes seguidos de outubro de 2016 até março deste ano, passando nesse período de 14,25% para os atuais 6,5%. O movimento foi interrompido em maio. A próxima reunião do Copom está marcada para 18 e 19 de setembro.
Segundo cálculo da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), os juros do cartão crédito chegam a 286,69% ao ano e os do cheque especial, a 288,35%.