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Bancos: mulheres ganham 21% menos que homens e negros são minoria em cargos de direção

Linha fina
Sindicato cobra igualdade de oportunidades; Próxima reunião acontece amanhã (14) às 15h
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São Paulo, 13/08/2020 - Igualdade de oportunidades foi o tema da quarta rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), nesta quinta-feira (13). 

"Uma das reivindicações é a inclusão na nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) de um canal de atendimento às mulheres vítimas de violência para manter o respeito e o acolhimento necessário no ambiente de trabalho", disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional, que representa a categoria na mesa com a Fenaban. 

Na categoria bancária, as mulheres ocupam 48,8% do total de postos de trabalho e recebem, em média, salários 21,75% menores que os dos homens, de acordo com dados da RAIS de 2018 (dados mais recentes). Essa diferença de remuneração entre homens e mulheres nos bancos é mais intensa do que na média do mercado de trabalho formal, onde as mulheres ganham em média 14% menos do que os homens.

A partir dos Relatórios Anuais do bancos, em 2019, podemos destacar que os bancos pouco avançaram em relação a promoção de pessoas negras. O banco Itaú teve um percentual de negros de 1,80% no cargo de direção e 14,6% entre os gestores. Os cargos comerciais e operacionais estão o maior número de negros: 27,4%, mas o índice total chega apenas a 22,88%. No Bradesco, são mais de 97 mil funcionários de quatro gerações distintas, dos quais 50,4% são mulheres e apenas 26,4% são negros. Na Caixa apenas 24,2% dos empregados são negros. No Santander, na diretoria estão 3,3% de negros. No Banco do Brasil, nos cargos de chefia, pretos, pardos e indígenas chegam apenas a 21,98%.

Censo - Uma das conquistas dos bancários foi a realização de um Censo para mapear a categoria, realizados em 2008 e 2014. Nesta quinta-feira (13), os bancos não apresentaram os dados de 2019. De acordo com dados de 2014, os negros nos bancos são apenas 3,4% e as pardas apenas 21,3%. Em relação a remuneração as mulheres negras nos bancos recebem o equivalente a apenas 68% do que recebem os homens brancos. 

“O questionário do Censo foi aplicado em 2019, mas mesmo assim os bancos ainda não divulgaram o resultado. O Censo é fundamental para que a gente saiba como está a situação de mulheres, negros e PCDs [Pessoas com Deficiência] no setor, para avaliar se houve avanços ou retrocessos, e precisamos disso para propor ações que promovam oportunidades iguais para todos, sem discriminação por gênero e raça e com oportunidades para PCDs”, ressalta Ivone.

Violência doméstica - Em março deste ano, O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) assinaram a criação de um canal de atendimento às bancárias vítimas de violência doméstica, com validade para todo o país, acordado na Campanha de 2018 e lançado oficialmente esse ano. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região também criou, em dezembro de 2019, o projeto ‘Basta! Não irão nos calar’. Atuamos em parceria com a Rede Municipal de Enfrentamento à Violência Doméstica, atendendo a demandas jurídicas que não podem ser absorvidas pela Defensoria Pública.

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