No primeiro semestre de 2020, o lucro líquido ajustado do Banco do Brasil foi de R$ 6,7 bilhões, queda de 22,7% em relação ao mesmo período de 2019. No trimestre, o lucro foi de R$ 3,3 bilhões, com redução de 2,5% em relação ao 1º trimestre deste ano.
Segundo o banco, destaca-se no resultado o aumento prudencial de 51,8% das provisões para lidar com devedores duvidosos – “PCLD Ampliada”. O retorno sobre o patrimônio líquido (RPSL) ajustado caiu 4,7 pontos percentuais em doze meses, chegando em 10,2%.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias caíram 1,4% em um ano, alcançando R$ 14 bilhões, enquanto, as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, caíram 0,8% no mesmo período, totalizando R$ 10,8 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 130,46% no semestre de 2020.
Ao final de junho, o BB contava com 92.474 funcionários, com fechamento de 3.694 postos de trabalho em doze meses, e 283 apenas no 2º trimestre. Foram fechadas 344 agências e 17 postos de atendimento bancário, desde junho de 2019, sendo uma agência e 28 postos de atendimento fechados no trimestre.
“O balanço mostra que estão sendo fechados milhares de postos de trabalho e centenas de agências, o que reflete o sucateamento do banco público e reforça o discurso de desprezo do governo atual pelo Banco do Brasil”, afirma João Fukunaga, diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).
Sexta-feira 7 será realizada a segunda mesa de negociação com o Banco do Brasil, dentro da Campanha Nacional dos Bancários 2020. Na ocasião será debatido o tema emprego.
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“Frente a este cenário de fechamento de postos de trabalho e de agências, vamos defender que a direção do banco deve fazer o inverso e contratar ao invés de cortar vagas, principalmente pelo papel estratégico do banco público”, afirma Fukunaga.
A carteira de crédito ampliada do BB teve crescimento de 5,1% em doze meses e queda de 0,5% no trimestre, totalizando R$721,6 bilhões. No segmento de pessoas físicas, houve crescimento de 6,6%, totalizando R$ 218,0 bilhões, com destaque para o empréstimo pessoal (+15,9%) e o crédito consignado (+14,6).
A carteira de crédito renegociado PF cresceu 23,8%. No segmento de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 5,3%, totalizando R$ 271,4 bilhões, com destaque para o crédito voltado às Micro, Pequenas e Médias Empresas, que cresceu 10,3%, especialmente na linha de capital de giro (+27,7%).
A carteira do Agronegócio (que representa 55,7% do segmento no país) cresceu 1,1% em doze meses, chegando a R$186,8 bilhões. As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) subiram 32,8% no período, totalizando R$ 12,7 bilhões. O índice de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,84%, com redução de 0,41 pontos percentuais com relação a junho de 2019, muito próximo à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (2,9%).