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Release: Bancários resistem à retirada de direitos e avançam nas negociações

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Assembleias acontecem neste domingo (30) e segunda (31), em todo o país, e definem Campanha este ano; com reajuste nas cláusulas econômicas e garantia de direitos
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São Paulo, 30/08/2020 - Após 14 rodadas de negociação e quatro dias seguidos para discutir e negociar novas cláusulas, os bancos recuaram em sua proposta e mantiveram todos os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) durante dois anos, com reajuste em 2020 de 1,5% nos salários, mais abono de R$ 2.000,00 para todos os trabalhadores. E reajuste garantido em 2021, com INPC acumulado da data base  e 0,5% de aumento real.

"Em um ano de pandemia, com alta incerteza política e econômica, a categoria garantiu reajuste e abono que somados garantem ganhos em 12 meses para cerca de 80% da categoria. Além disso já está garantido aumento real em 2021. Conquistamos a valorização em itens importantes como vale alimentação, refeição e auxílio creche. No começo da Campanha, os bancos queriam incluir uma proposta de PLR menor, retirada da 13ª cesta e redução da gratificação de função e a nossa mobilização fez com que recuassem. O Comando vai indicar a aprovação da proposta nas assembleias”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “A partir do debate sobre teletrabalho, conseguimos construir o consenso entre os bancos e a categoria deve continuar em home office durante a pandemia". 

Home Office - Pesquisa realizada com 11 mil bancários de todo Brasil mostrou que a maioria  dos trabalhadores não têm equipamentos adequados, e trabalham de forma improvisada: no quarto, na sala ou até mesmo na cozinha. A pesquisa também mostrou que 78% dos bancários tiveram aumento de gastos com conta de luz, 72% com contas do supermercado, além de elevações significativas nas contas de água, gás e internet. Outro problema é a dificuldade, principalmente para as mulheres, para conciliar o trabalho em casa com afazeres domésticos e a relação com familiares. Os trabalhadores também foram perguntados sobre o desejo de manter o home office  ou voltar ao trabalho presencial após a pandemia: 42% responderam que gostaria de realizar um regime misto, com dias de trabalho em casa e outros no banco. 

Durante a Campanha Nacional, os bancos não concordaram em colocar no acordo cláusulas sobre o controle da jornada de trabalho, sobre o ressarcimento de custos e a disponibilização da mobília adequada ao home office. Mas, mesmo sem um acordo geral sobre o tema, o Comando Nacional saiu com a sinalização de acordos específicos com alguns bancos. "Vamos continuar reivindicando e lutando por melhores condições de trabalho para os trabalhadores em home office", destacou Ivone. 

Fenaban - Foram 14 rodadas de negociação, com a discussão de diversas cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). No dia 20 os bancos propuseram a retirada da 13ª cesta alimentação e a redução de 55% para 50% da gratificação de função e zero de reajuste. E na terça (18), apresentaram a redução do valor na PLR, sendo que o percentual do salário retornaria ao patamar de 1995 e o da parcela adicional retornaria ao patamar de 2012 - e a redução na PLR total recebida pelos bancários poderia chegar em até 48%. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou todas as propostas na mesa de negociação e também conseguiu reverter a redução de gratificação de função, entre outros itens. Entre a primeira proposta da Fenaban e a proposta atual os bancários conseguiram reverter os rebaixamentos que os bancos queriam fazer na regra de PLR. A regra se manteve a mesma e os valores fixos e tetos foram atualizados. Com isso, entre a primeira proposta e a atual a PLR média estimada a ser paga nos 3 bancos privados teve um acréscimo de 12,2% para o piso de escriturário e 9,4% para o piso de caixa.

Campanha -  A definição da pauta final de negociação começou no início do mês de junho, com a consulta aos bancários e os debates nas conferências estaduais. Neste fim de semana, durante a 22ª Conferência Nacional, em São Paulo, cerca de 635 delegados que representam trabalhadores de bancos públicos e privados de todo o país definiram os itens para a Campanha Nacional Unificada 2020. A pauta foi entregue para os bancos dia 23/07. Foram quatorze rodadas de negociação: Teletrabalho (04); Emprego (06); Saúde e Condições de trabalho (11); Igualdade de oportunidades (13); Cláusulas Sociais e econômicas (13, 18, 20, 21, 22,  25, 26, 27, 28 e 29). A data-base da categoria é 1º de setembro.

 

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