Pular para o conteúdo principal

Release: Com lucros bilionários, bancos propõem reduzir PLR em até 48%

Imagem Destaque

São Paulo, 18/08/2020 - A sexta rodada de negociação entre a Federação dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários, nesta terça-feira (18), terminou sem acordo nas principais reivindicações da categoria. Os bancos propuseram retrocessos para a PLR. O Comando negou na mesa de negociação e nova reunião está marcada para a próxima quinta-feira (20).

Os bancos querem retroceder o valor na PLR, e o percentual do salário retornaria ao patamar de 1995 e o da parcela adicional retornaria ao patamar de 2012. Além disso, os valores fixos teriam redução de 20% retornando ao patamar entre 2014 e 2015 e o fator acelerador da regra básica retornaria ao patamar de 2007. Com todas as alterações de rebaixamento propostas pela Fenaban somadas ao menor patamar de lucro dos bancos em 2020 em função do aumento das provisões para devedores duvidosos a redução na PLR recebida pelos bancários pode chegar até a 48%.

A pauta de reivindicações foi entregue no dia 23 de julho. A categoria quer reposição da inflação mais aumento real de 5%; PLR de três salários mais parcela fixa de R$ 10.742,91; VA e VR no valor mensal de R$ 1.045 cada um; auxílio-creche/babá mensal de R$ 1.045 para cada filho até 12 anos; Plano de Cargos e Salários mais justo e transparente; dentre outras reivindicações sociais, de saúde e segurança, de igualdade de oportunidades, e de garantia de empregos.

“É preciso repartir o lucro com os trabalhadores, os maiores responsáveis pelo excelente desempenho do setor. No balanço dos reajustes salariais do primeiro semestre deste ano, 42,7% das categorias tiveram reajuste acima da inflação. Somente quatro bancos lucraram R$ 28,5 bilhões no semestre, somente os acionistas e executivos recebem seus lucros? O setor mais lucrativo do país não pode tratar assim seus trabalhadores", disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. "Temos que fechar um acordo até 31 de agosto, que é a data de validade de nossa CCT. Sem isso, todas as cláusulas da nossa convenção estão ameaçadas. Reivindicamos a manutenção do emprego, aumento real e melhores condições de trabalho. Queremos resolver a Campanha na mesa de negociação e os bancos têm condições de atender nossas reivindicações”.

Campanha Nacional Unificada 2020:

Reajuste salarial dos bancários

Na Campanha Nacional dos Bancários 2020, os bancários reivindicam a reposição da inflação (INPC), entre 1/9/2019 e 31/8/2020, mais aumento real de 5% (índice) para os salários. Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá – Salário Mínimo Nacional (R$ 1045)

PLR 2020

Sobre a PLR, os bancários reivindicam que ela seja composta por três salários mais parcela fixa de R$ 10.742,91, corrigido pelo percentual que corresponde à reposição da inflação acumulada no período compreendido entre 01.09.2019 até 31.08.2020, mais aumento real de 5%.

A PLR é prioridade da categoria bancária. E os trabalhadores estão munidos de dados que comprovam que os bancos, mesmo com resultados menores, continuam altamente lucrativos e não têm desculpas para não atender a essa reivindicação da categoria.

“Com a alta expressiva dos lucros dos bancos ao longo dos anos, o percentual médio de distribuição da PLR não chega a alcançar nem nem 7,2%, como previstos na CCT. Dados mostram que, entre 1997 e 2019, enquanto o lucro dos bancos teve crescimento real de 446%, a PLR de um caixa cresceu 160%, ou seja, o lucro do setor cresceu num patamar 2,8 vezes maior do que cresceu a PLR dos caixas, por exemplo”, informa Ivone. “Ou seja, os bancos não têm por que alegar queda nos resultados para não atender à demanda dos bancários por PLR melhor”, enfatiza.

Vale-refeição e vale-alimentação

A categoria também cobra vale-refeição de R$1.045 (correspondente a 23 tíquetes de R$45,43) e vale-alimentação no mesmo valor.  

Outra demanda é por VA e VR maiores. Segundo o IBGE, a inflação do grupo Alimentação foi de 8,3% (ago/2019 a jul/20), um dos que mais pesou no cálculo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que ficou em 2,69%. E contrariando o que normalmente ocorre, o subgrupo Alimentação no Domicílio teve alta maior (9,7%) do que o de Alimentação Fora do Domicílio (4,5%).

Os preços da Cesta Básica, segundo o Dieese, também tiveram alta em praticamente todas as capitais em doze meses, ficando estável somente em Brasília.

“Valorizar o VA e VR é também fundamental para manter o poder aquisitivo da categoria bancária.

seja socio