O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e a Fenaban (federação dos bancos) debateram assuntos referentes à pandemia, em reunião na tarde de sexta-feira 13, realizada de forma virtual. O protocolo único de segurança contra a Covid-19 para os trabalhadores que estão no regime presencial voltou a ser discutido. Além disso, o Sindicato manifestou preocupação com o retorno em massa dos que estão em home office, e defendeu que só sejam chamados os trabalhadores com a imunização completa (com as duas doses da vacina contra Covid-19) e que a volta ao presencial só seja integral quando 70% da população esteja vacinada, como recomendam os cientistas.
A reivindicação do movimento sindical por um protocolo único, a ser adotado em todos os bancos, em agências e departamentos, é antiga e voltou a ser debatida na sexta. A Fenaban já havia apresentado uma proposta de padronização das medidas de segurança, e o Comando Nacional dos Bancários acrescentou algumas sugestões a essa proposta, entregues na reunião de sexta. A Fenaban ficou de responder às propostas de mudanças em uma próxima reunião, em data a ser marcada.
“É fundamental que os bancos adotem um protocolo único e o mais rigoroso possível para garantir a segurança de quem está no presencial. É importante lembrar que nas agências e prédios administrativos dos bancos muitas vezes não há janelas para ventilação, e os sistemas de climatização adotados têm de prever renovação com o ar de fora. Esse é apenas um dos pontos, mas precisamos ter também preocupação com a testagem dos funcionários, com distribuição de máscaras adequadas, abastecimento com álcool 70%, fechamento de locais em que há suspeitas de casos etc. A ideia é adotar as mesmas medidas em todos os bancos”, explica a presidente do Sindicato, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria nas negociações com a Fenaban.
Volta ao presencial só com segurança
Para os que estão em home office, o Sindicato defendeu que somente sejam chamados ao presencial quem estiver com a imunização completa. E que os bancos só comecem a retomar a normalidade quando a vacinação, com duas doses, atingir 70% da população do país.
“Apesar da aparente volta à normalidade, deixamos claro na mesa que a pandemia não acabou. Temos preocupação com a variante Delta, muito mais transmissível, e também com o estágio de vacinação em diversos estados. São Paulo está um pouco mais avançado, com 27,86% de pessoas imunizadas completamente, mas no Rio, por exemplo, só 22,34% da população tomou a segunda dose. Como a mesa é nacional, e como as decisões serão executadas pelos bancos em todo o país, as diferenças na cobertura de vacina de cada estado têm de ser levadas em consideração”, destaca Ivone.
Segundo o consórcio de veículos da imprensa, o Brasil alcançou apenas 23,43% de sua população com as duas doses da vacina completas. O dado foi divulgado na noite deste domingo 15.
A Fenaban respondeu que não há intenção dos bancos de retorno em massa, mas o Comando destacou que alguns bancos já estão chamando muitos trabalhadores, como é o caso do Santander.
“A média semanal de mortes por Covid no Brasil ainda está alta, próxima de 1 mil por dia. Há ainda a questão do desabastecimento da AstraZeneca, o que pode deixar pessoas sem a segunda dose. Precisamos, portanto, ter muito cuidado com este retorno, uma vez que os infectologistas e demais especialistas da área recomendam cautela. Por isso também voltamos a discutir a adoção de um protocolo de segurança único contra a Covid-19, que seja adotado por todos os bancos, com o rigor necessário”, informa Ivone.
