Durante os 100 anos de história do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, ajudamos a construir a primeira central sindical no Brasil e atualmente a maior da América Latina, a CUT, que completa 40 anos nesta segunda-feira, 28 de Agosto, mesma data em que celebramos o Dia do Bancário, que tem origem na greve de 1951, a maior da história da categoria.
Temos muitas conquistas nessa parceria de luta pela valorização dos direitos do trabalhador como, por exemplo, a reposição da inflação, valorização do salário mínimo e liberdade e autonomia sindicais. Também participamos ativamente de momentos decisivos do país, como a democratização, Constituinte e Diretas Já.
Na categoria bancária, podemos destacar algumas conquistas como vale-alimentação e refeição, jornada de seis horas, auxílio-creche/babá, licença-maternidade de seis meses e licença-paternidade ampliada.
Temos muitos desafios para as próximas décadas. Um deles é manter nossa política de aumento real e de ampliação na participação nos lucros e resultados (PLR). Há muitos anos os bancos ganham muito e isso tem de ser bem distribuído com os bancários e bancárias que constroem este resultado. Além disso, temos que nos organizar para que as novas tecnologias e formas de organização dos bancos não se traduzam em aumento do desemprego e das desigualdades.
Estamos mobilizados em defesa dos trabalhadores para reverter os últimos anos de desmonte trabalhista. Considerando a contratação do bancário como terceirizado e utilizando como parâmetro a remuneração do trabalhador de telemarketing, a diferença anual de arrecadação incidente sobre a folha de pagamento, que cai em 96% por trabalhador. O estado perde arrecadação, já que os impostos sobre a folha salarial são fortemente reduzidos, e aumenta seus custos, pois tem que gastar mais com problemas de saúde decorrentes do trabalho precário e desemprego. Perde a classe trabalhadora, porque tem remuneração e benefícios reduzidos, empregos menos estáveis e mais inseguros, com menores possibilidades de organização sindical.
É fundamental a união dos trabalhadores em organizações internacionais como a UNI Global Union – sindicato global que tem mais de 150 entidades sindicais filiadas em todo o mundo - do qual fazemos parte.
Nós, trabalhadores organizados em todo o mundo, temos um papel importante nesse momento: mobilizar e construir novas perspectivas para alcançar um futuro melhor, unindo os trabalhadores e propiciando a compreensão desse esquema perverso e sofisticado de exploração da mão de obra.
Tivemos centenas de conquistas, em função do fortalecimento dos movimentos sociais e dos sindicatos no mundo. Somos um exemplo de empoderamento das mulheres nas instituições financeiras e no movimento sindical. A mesa de igualdade de oportunidade é um espaço contínuo que vai além da data-base. Tivemos conquistas de cláusulas importantes para o combate ao assédio sexual e à violência contra a mulher, além de incluir o debate sobre assédio moral. O Canal de Denúncias vem nesta mesma perspectiva: proteção aos trabalhadores, sobretudo, às mulheres.
Conseguimos ampliar o processo de organização nas redes sindicais em diversos países, com intercâmbio de conhecimentos. Não existe uma resposta simples para as questões mundiais e locais, mas acima de tudo temos que pensar como classe trabalhadora, juntos, de forma unida e coletiva.