O Banco do Brasil obteve lucro líquido ajustado de R$ 18,80 bilhões, crescimento de 8,5% no primeiro semestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. No segundo trimestre, o resultado foi de R$ 9,50 bilhões, com alta de 2,2% na comparação com o primeiro trimestre do ano, quando ficou em R$ 9,30 bilhões.
“Este ritmo de crescimento de 8,5% a cada semestre faz o banco dobrar seu patrimônio a cada quatro anos. Fruto do trabalho extraordinário, exaustivo e, infelizmente, muitas vezes incapacitante dos trabalhadores, que estão sujeitos a metas abusivas e a jornadas extenuantes”, denuncia Diego Pepe Pereira, diretor do Sindicato e bancário do Banco do Brasil.
Campanha Bancários 2024: trabalhadores querem proposta decente
O dirigente lembra que os funcionários do Banco do Brasil estão, junto com a categoria bancária, em plena Campanha Nacional para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e do Acordo Coletivo de Trabalho do Banco Brasil.
“Com este resultado apresentado no primeiro semestre de 2024, a direção do Banco do Brasil pode atender com folga as reivindicações dos seus funcionários na Campanha Nacional dos Bancários 2024, como a extensão da Cassi e da Previ para todos os funcionários, mais contratações a fim de reduzir as metas impositivas nas agências e na CRBB, a solução para a situação dos caixas e a reversão, por meio de um novo PCR, das distorções criadas pelo Performa. Queremos que a carreira de mérito e antiguidade passe a contar no nosso salário; além de um reajuste digno para as verbas salariais que contemple a dedicação dos funcionários, que muitas vezes ficam doentes por conta das metas e da sobrecarga de trabalho. Por isto esperamos a apresentação de uma proposta decente na próxima negociação com a direção do banco, nesta quarta-feira 14.”
Diego Pepe Pereira, diretor do Sindicato e bancário do Banco do Brasil
Mais funcionários para reduzir a sobrecarga e as metas
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias aumentaram 4,7% em 12 meses encerrados em junho de 2024, alcançando R$ 17,19 bilhões.
As despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, totalizaram R$ 15,75 bilhões, alta de 2,3% na mesma comparação.
Assim, a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco ficou em 109,15% no 1º semestre de 2024, aumento de 2,51 pontos percentuais em 12 meses.
Ao final do semestre, o BB contava com 87.130 funcionários, com abertura de 2.099 postos de trabalho em doze meses.
Enquanto o número de funcionários cresceu apenas 2,5% no período, o número de estagiários cresceu mais rápido, teve um aumento de 28,7%, totalizando 485 no final de junho de 2024.
“Em que pese nos últimos 12 meses uma contratação positiva de três mil trabalhadores, o número do quadro de funcionários ainda é insuficiente. Verificamos constantemente a falta de trabalhadores nas agências e nos departamentos. Essa sobrecarga de trabalho adoece. Nós exigimos que o banco público cumpra o seu papel e contrate mais para diminuir as metas e as jornadas extenuantes. Com mais funcionários e menos sobrecarga, o banco pode avançar em financiamentos agrícolas, de infraestrutura e de moradias. E de fato contribuir para o crescimento do país”, enfatiza Pepe.
Foi aberta uma nova agência tradicional e mais 13 agências digitais e especializadas, com o número total de agências chegando em 3.172 e 826 respectivamente. Foram fechados 40 postos de atendimento bancário em doze meses, totalizando 1.530. Já o total de clientes (correntistas, poupadores e beneficiários do INSS) cresceu 1,64 milhão, alcançando 83,29 milhões em junho de 2024.
“Vamos seguir reivindicando para que o banco continue lucrativo, porém com um ambiente de trabalho adequado, com mais garantias de qualidade de vida e cumprimento da sua função pública”, finaliza Pepe Pereira.