Após seis rodadas de negociação com mais de 22 horas de debate com os banqueiros a Campanha Nacional 2024, que visa a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da Categoria Bancária chega à reta decisiva. Chegou a hora da Fenaban trazer respostas concretas às nossas reivindicações, principalmente para o reajuste dos bancários 2024.
A Consulta Nacional apontou que o aumento real dos salários é prioridade para 93% dos bancários, valorização da PLR é prioridade para 63% e 51% apontam reajuste maior para VA e VR. A pesquisa contou com cerca de 47 mil bancários de todo o país. Trabalhadoras e trabalhadores que diariamente compõem o lucro e a rentabilidade dos bancos e sabem que o setor possui as condições necessárias para atender às demandas exigidas.
Ao longo dos últimos anos, os bancos têm alcançado lucros exorbitantes. Entre 2003 e 2023, o lucro líquido real dos maiores bancos no Brasil cresceu 169% acima da inflação. Em 20 anos, ocorreram mudanças no cenário político, econômico e social. Mesmo durante a crise financeira global de 2008, que atingiu o sistema financeiro internacional, e a pandemia de COVID-19, os bancos continuaram lucrando. A rentabilidade média dos bancos, no mesmo período, esteve três vezes acima da inflação, reforçando o bom desempenho do setor.
Bancos lucraram mais de R$ 50 bilhões no 1º semestre de 2024
Os dados recentes vão no mesmo caminho desta trajetória. Os quatro maiores bancos de capital aberto (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) registraram lucro somado de R$ 53,9 bilhões no primeiro semestre de 2024. Este resultado representa alta média de 13% em relação ao mesmo período de 2023.
Para além disso, o cenário macroeconômico também é favorável. A inflação em menores patamares, estimativa para data-base 1º de setembro está em torno de 4%, tem permitido boas negociações salariais em diversas categorias. Levantamento do Dieese mostra que no primeiro semestre, 86,1% das negociações obtiveram ganhos acima da inflação.
“A combinação entre o bom resultado setorial e melhora no ambiente econômico é, sem dúvida, positiva para nossa negociação. As condições para atender as reivindicações da categoria foram postas e são concretas, cobramos mais que respostas. Cobramos valorização da categoria bancária. Exigimos melhorias na remuneração com aumento real e condições laborais mais justas com ambientes mais igualitários e saudáveis, fim das metas abusivas e do adoecimento.”
Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
Permanecemos mobilizados e aguardamos respostas condizentes e satisfatórias dos banqueiros, à altura da nossa contribuição para os lucros bilionários do setor.
