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Chapéu
Proposta absurda!

Reajuste Bancários 2024: Mesmo com lucros nas alturas, bancos propõem retirar direitos

Imagem Destaque
Foto da mesa de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban

A mesa de negociação desta terça-feira 20, da Campanha Nacional dos Bancários 2024, começou com os bancos querendo retirar direitos da categoria. Propuseram rebaixar a PLR dos bancários e retirar a PLR dos trabalhadores com auxílio doença por mais de 90 dias.

Além disso, propuseram segmentar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários, de acordo com a ROE (rentabilidade sobre o patrimônio líquido) de cada banco. Assim, bancos que tivessem rentabilidade menor, por exemplo, pagariam os benefícios de forma proporcional, o que significaria a redução de direitos dos bancários, como PLR, VA e VR, auxílio creche, etc. O Comando Nacional dos Bancários rejeitou veementemente a proposta na mesa.

Sem proposta para o reajuste dos bancários

E, mais uma vez, a Fenaban (federação dos bancos) veio para a mesa sem proposta de índice para o reajuste da categoria. A negociação continua amanhã e o Comando espera que a Fenaban finalmente apresente o índice, que está sendo esperado ansiosamente pelos bancários.

“Não vamos aceitar retrocessos! A proposta da Fenaban é absurda, vinda de um dos setores da economia brasileira que mais lucra. Além do mais, já estamos na 8ª rodada de negociação da nossa Campanha e nada de os banqueiros trazerem proposta de índice. Isso é um desrespeito com os trabalhadores. Os bancários já mandaram seu recado no dia nacional de luta por aumento real que fizemos na quinta passada, e vamos continuar mobilizados. Queremos proposta decente, com reposição da inflação e aumento real nos salários, PLR, VA e VR e demais verbas. Não vamos aceitar retirada de direitos e já deixamos isso bem claro”

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

Da esquerda para a direita: Neiva Ribeiro e Juvandia Moreira, coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários

Bancos podem atender reivindicações

Neiva destaca ainda que o setor bancário tem todas as condições de atender as reivindicações da categoria. “Eles são um dos setores mais lucrativos e rentáveis da economia brasileira, portanto, não há nenhuma justificativa para proposta rebaixada, como a apresentada hoje. Não vamos aceitar! Os bancos podem e devem valorizar seus funcionários, que no dia a dia constroem os ótimos resultados do setor”, acrescenta.

No primeiro semestre de 2024, os quatro maiores bancos (Itaú, Bradesco, Santander e BB) lucraram, juntos, R$ 54 bilhões, o que representa um aumento de 13% em relação ao mesmo período de 2023. E em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões.

O Comando também lembrou que do total de setores no país que fizeram negociações salariais entre janeiro e junho deste ano, 86% obtiveram aumento real, e são setores com lucros e rentabilidades menores que as dos bancos. “Não estamos num momento para perdas, muito pelo contrário, a economia está aquecida e o setor mais ainda. Em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões”, destacou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, também coordenadora do Comando.

"A lógica dos bancos é a de atacar direitos e rebaixar os índices de remuneração. Não vamos discutir nada que resulte em perdas para as bancárias e bancários. Queremos discutir uma convenção coletiva que tenha ganhos reais", acrescentou Juvandia.

Teletrabalho

Após ameaçarem, nas mesas anteriores, reduzir o teletrabalho, os bancos retrocederam e, nesta terça, apresentaram proposta de manutenção do home office. O Comando deixou claro que a manutenção do teletrabalho é uma prioridade para os bancários e que a categoria não aceitaria retrocessos.

A cláusula do teletrabalho foi uma conquista da Campanha passada, de 2022, e os bancários querem avançar nos direitos previstos na CCT, com aumento da ajuda de custo do home office.

Nova rodada

Uma nova rodada de negociação entre Comando e Fenaban ocorrerá nesta quarta-feira 21, a partir das 10h. O Comando deixou claro que espera a proposta de índice nesta que será a nona rodada da Campanha.

Saiba como foram as mesas de negociação até o momento

  • primeira mesa discutiu empregos;
  • segunda mesa debateu cláusulas sociais - em especial teletrabalho, tecnologia e jornada de 4 dias;
  • terceira mesa debateu igualdade de oportunidades;
  • quarta mesa foi sobre PCDs, neurodivergentes e segurança bancária;
  • quinta mesa foi sobre saúde e condições de trabalho;
  • sexta mesa iniciou o debate sobre as cláusulas econômicas
  • sétima mesa continuou o debate sobre as cláusulas econômicas

Paralelamente, ocorrem também as mesas de negociação específicas para a renovação dos acordos da Caixa e do Banco do Brasil. Acompanhe essas negociações nas páginas do BB e da Caixa no site do Sindicato.

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