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Campanha

Fenaban quer greve

Linha fina
Banqueiros apresentam proposta de 4% e ignoram demais itens da minuta de reivindicações dos bancários
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Após mais de 40 dias com a minuta de reivindicações dos bancários nas mãos, a os negociadores da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) levaram menos de 20 minutos da tarde desta terça (20) para apresentar ao Comando Nacional dos Bancários uma das piores propostas já feita aos trabalhadores: reajuste de 4% para salários, pisos e demais verbas salariais; abono de R$ 1.000 e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) nos mesmos moldes da paga no ano passado, ou seja, 80% do salário mais valor fixo de R$ 733. Os banqueiros anunciaram, ainda, que vão retirar um direito dos trabalhadores: a 13ª cesta-alimentação paga no ano passado.

“Eles ignoraram todas as nossas reivindicações. Os bancários querem aumento real de salário, PLR maior, qualificação dos pisos e uma proposta para todos os demais itens negociados nas cláusulas de saúde, condições de trabalho, emprego, isenção de tarifas”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Como a proposta apresentada hoje ficou claro que a Fenaban quer greve”, completa Marcolino.

Passeata – Os bancários reúnem-se, nesta quarta (21), a partir das 18h30, na Praça do Patriarca, para deliberar sobre a proposta apresentada pelos banqueiros. Depois da assembléia, bancários e clientes – que foram convidados para protestar contra as filas, juros e tarifas do sistema financeiro – partem em passeata (veja itinerário abaixo).

“Os bancários devem rejeitar a proposta e definir a data da greve da categoria. Um setor que lucra tanto só não paga um reajuste melhor porque não quer, porque não está nem aí para seus funcionários e para seus clientes”, afirma Marcolino. Vale lembrar que no primeiro semestre de 2005, enquanto o lucro de dez dos principais bancos do país (Itaú, Bradesco, Unibanco, CEF, BB, HSBC, Safra, Banespa, Nossa Caixa e Bank Boston) cresceu 43,62% (em relação ao primeiro semestre do ano passado), a despesa dessas mesmas empresas com pessoal teve um aumento de apenas 6,72%.

Reivindicações – A minuta de reivindicações entregue aos banqueiros em 11 de agosto contém 100 cláusulas econômicas e sociais. Saúde é um dos eixos de campanha e há cláusulas de prevenção, reabilitação e isonomia dos trabalhadores afastados com os da ativa. Os bancários querem reajuste salarial de 11,77%, PLR maior (um salário mais valor fixo de R$ 788 acrescidos de 5% do lucro líquido distribuídos de forma linear entre os funcionários), valorização dos pisos, garantia de emprego e novas conquistas – como o 14º salário, 13ª cesta-alimentação, proteção salarial (reajuste sempre que a inflação acumulada alcançar 3%). Dentre as cláusulas sociais, há pontos como a promoção da igualdade de oportunidades e o controle de tempo de espera nas filas. Também são reivindicados o fim da terceirização e a recontratação dos terceirizados; ampliação do horário de atendimento ao público para das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho; medidas para coibir e combater o assédio moral; continuidade dos trabalhos da Comissão de Segurança Bancária; eleição de delegados sindicais nos locais de trabalho.

A categoria – A data-base da categoria é 1º de setembro. No Brasil há cerca de 400 mil bancários. Em São Paulo, Osasco e Região são 106 mil trabalhadores distribuídos em torno de 3 mil locais de trabalho.
No ano passado, os bancários receberam reajuste salarial que variou entre 8,5% e 12,77% (no piso salarial), contra uma inflação de 6,4%. 

SERVIÇO
Na quarta, 21, o trânsito deve ficar complicado pelas ruas do Centro. Atenção para o itinerário da passeata: concentração, a partir das 18h30, na Praça do Patriarca, onde os trabalhadores fazem assembléia, às 19h. Depois, seguem pela Rua Líbero Badaró, Largo São Francisco, Rua Benjamim Constant, Praça da Sé, Praça João Mendes, Praça Clóvis, Rua Boa Vista e novamente Rua Líbero Badaró, onde fazem uma parada em frente à sede da Fenaban, A passeata será encerrada na Praça do Patriarca.

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