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Chapéu
Sindicato

Para acabar com as filas, os bancos têm que contratar

Linha fina
Em 1993 um bancário administrava 67 contas correntes, em 2004 esse número chegou a 184, uma variação de 174,4%
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Começa a valer hoje (29) a lei que pretende acabar com as filas em bancos. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região sempre manteve iniciativas para forçar os bancos a acabar com as filas. Desde 2001 consta da minuta de reivindicações da categoria, a ampliação do horário de atendimento dos bancos com dois turnos de trabalho bancário, o que resultaria na contratação imediata de 161 mil novos funcionários em todo o país.

“Para acabar com as filas, de fato, não tem mistério: os bancos precisam contratar mais bancários”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. Em 20 anos, o número de trabalhadores do setor financeiro no Brasil foi reduzido pela metade: de 800 mil em 1984 para 400 mil em 2004. O número de contas correntes, que é divulgado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) desde 1993, só cresceu. Naquele ano somavam 44 milhões e em 2004 já eram 73,9 milhões. Ou seja, o bancário que administrava 67 contas correntes em 1993, em 2004 já cuidava de 184 contas, uma variação de 174,4%.

“Essa estatística pode ser ainda pior se levarmos em conta que quase metade dos trabalhadores do setor financeiro está em setores administrativos, e não em agências atendendo clientes”, avalia Marcolino. “E a lei das filas não prevê como será agilizado o serviço, isso pode prejudicar os bancários que já estão extremamente pressionados por metas, por produtividade”, afirma o dirigente.

A categoria bancária, que está em campanha salarial, espera que a Federação dos Bancos marque uma nova rodada de negociação. A proposta apresentada pelos banqueiros no último dia 20 – 4% de reajuste, mais R$ 1.000 de abono e Participação nos Lucros e Resultados (PLR) nos mesmos moldes da paga no ano passado, ou seja, 80% do salário mais valor fixo de R$ 733 – já foi rejeitada em assembléia pelos bancários que querem aumento real (reajuste de 11,77%), PLR maior, melhores condições de trabalho e mais empregos. “A Fenaban recusa apreciar a reivindicação da criação de empregos no setor.
Quem sabe agora, com a lei das filas, não percebam que essa é uma reivindicação justa para os trabalhadores e para a sociedade?”, desafia Marcolino.
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