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Chapéu
Assessoria

Rodada de negociação sem resultados

Linha fina
Banqueiros dizem não às reivindicações dos trabalhadores e podem empurrar bancários para a greve
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Na segunda rodada de negociação, nesta terça (6), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não apresentou qualquer proposta ao Comando Nacional dos Bancários. Em duas horas e meia foram apreciadas as principais cláusulas econômicas e os banqueiros disseram não a todas as reivindicações dos trabalhadores.

“Eles perderam uma boa oportunidade, depois de quase um mês do recebimento da minuta de reivindicações, de demonstrar consideração pela categoria”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. Para o dirigente, a intransigência dos banqueiros pode levar os bancários à greve. Os negociadores da Fenaban disseram que aumento real é excepcionalidade e que se recusam a garantir a reposição da inflação. Os bancários reivindicam reajuste de 11,77%. “Um setor com um resultado tão positivo não pode se negar a dar um reajuste digno aos seus funcionários. Isso vai revoltar os bancários e o cenário de greve torna-se cada vez mais provável”, afirma o presidente do Sindicato.

Os banqueiros se recusaram, ainda, a discutir o novo formato da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que prevê o pagamento de um salário, mais R$ 788, acrescidos de 5% do lucro líquido distribuído igualmente entre os funcionários. Afirmaram que isso é uma loucura. “Loucura é o lucro dos bancos”, rebate Marcolino.

Outro ponto tratado como “excepcionalidade” foi a 13ª cesta-alimentação conquistada no ano passado. “Querem retirar um direito e isso não vamos aceitar”, diz Marcolino.

Uma nova rodada de negociação está marcada para o próximo dia 14. Até lá, os bancários realizarão uma série de plenárias e atividades para pressionar os banqueiros a apresentar propostas.

Reivindicações – A minuta de reivindicações entregue em 11 de agosto contém 100 cláusulas econômicas e sociais. Além do reajuste e da PLR tem como principais itens a valorização dos pisos, garantia de emprego, 14º salário, 13ª cesta-alimentação e proteção salarial (reajuste sempre que a inflação acumulada alcançar 3%). Dentre as cláusulas sociais, há pontos como a promoção da igualdade de oportunidades e o controle de tempo de espera nas filas. Também são reivindicados o fim da terceirização e a recontratação dos terceirizados; ampliação do horário de atendimento ao público para das 9h às 17h, com dois turnos de trabalho; medidas para coibir e combater o assédio moral; continuidade dos trabalhos da Comissão de Segurança Bancária; eleição de delegados sindicais nos locais de trabalho.

A categoria – A data-base da categoria é 1º de setembro. No Brasil há cerca de 400 mil bancários. Em São Paulo, Osasco e Região são 106 mil trabalhadores distribuídos em torno de 3 mil locais de trabalho.

No ano passado, os bancários receberam reajuste salarial que variou entre 8,5% e 12,77% (no piso salarial), contra uma inflação de 6,4%. 
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