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A atividade, que abrange mais de 8 mil bancários, é um protesto diante da falta de proposta na campanha nacional da categoria. Ontem (19), na quinta rodada de negociação entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários, novamente nenhuma proposta às reivindicações econômicas dos trabalhadores foi apresentada. Não há uma nova reunião prevista.
“Nossa data-base foi 1º de setembro. Os bancários tentam o caminho da negociação desde quando entregaram a minuta, em 10 de agosto, mas os banqueiros, depois de mais de um mês, não apresentaram nenhuma proposta às nossas cláusulas econômicas. Eles praticamente empurraram os trabalhadores à greve”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino. O dirigente lembra que o setor lucrou, em média, 42% a mais no último período. “Ou seja, não há nenhuma razão para banqueiro não querer pagar reajuste para seus funcionários. Eles querem rebaixar salários, mas reduzir juros ou cobrança de tarifas nem passa pela cabeça deles”, completa Marcolino.
Greve – Os bancários de todo o país preparam uma paralisação de 24 horas para a próxima semana. No dia 25, em São Paulo, os trabalhadores fazem assembléia, de acordo com os parâmetros da lei de greve, e no dia 26 pode haver greve geral. A categoria reivindica aumento real de salários, de 7,05%, além da reposição da inflação, e participação maior nos lucros e resultados – de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. No ano passado, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR mínima de 80% do salário mais R$ 800, após seis dias de greve no mês de outubro.
Reivindicações – A minuta dos bancários foi entregue no dia 10 agosto, quando aconteceu a primeira rodada e foram apresentadas as cláusulas prioritárias. Outras rodadas aconteceram nos dias 21 e 29 de agosto, além do último dia 15. A data-base da categoria é 1º de setembro. No Brasil há pouco mais de 400 mil bancários, 106 mil deles atuam na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Além das cláusulas econômicas, os trabalhadores querem o fim do assédio moral e das metas abusivas; a isonomia de direitos entre trabalhadores aposentados, afastados e de bancos que sofreram fusões; a manutenção do emprego – por meio da proibição de dispensas imotivadas e da ampliação do horário de atendimento com dois turnos de trabalho – e a redução dos juros e das tarifas.
Além desses eixos, são consideradas prioritárias as cláusulas que reivindicam 14º salário; plano de cargos e salários para todos os trabalhadores; regramento da remuneração variável; aumento na gratificação de caixa; vale-alimentação de R$ 300; auxílio creche/babá de um salário mínimo; auxílio-educação para todos os funcionários; fim da terceirização de serviços; criação de comissão de segurança bancária; isenção de tarifas para todos os bancários; delegados sindicais em todos os bancos; programa de reabilitação profissional.