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Os bancários irão recolher adesões ao abaixo-assinado pela criação de um projeto de lei que proíba demissões em processos de fusões em empresa multinacionais altamente lucrativas e pela ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) – que proíbe dispensas imotivadas. As assinaturas serão recolhidas, nesta quinta, a partir das 12h30, em frente a matriz do Real ABN (Avenida Paulista, 1.374). Os trabalhadores também farão um pedágio na região para informar a população sobre os riscos da possível fusão. A idéia é entregar o documento a deputados e senadores em Brasília na próxima semana.
Uma série de jornais deu como certa, essa semana, a venda do ABN Amro (conglomerado que engloba o Real) para o consórcio formado pelo Royal Bank of Scotland (RBS); Fortis, da Bélgica, e o espanhol Santander. Recentemente, o consórcio declarou que se a fusão fosse concretizada mais de 19 mil postos de trabalho seriam extintos em todo o mundo. No total, Santander e Real ABN mantêm mais de 54 mil empregos no Brasil. A sobreposição de postos de trabalho no país pode gerar mais de 15 mil demissões, levando em conta as matrizes, centros administrativos e call centers.
“O setor financeiro alcança excelentes resultados. Seja em caso de fusão ou aquisição, não têm razão para demitir. Estamos acompanhando todo esse processo de perto e não vamos aceitar que os trabalhadores saiam prejudicados”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Última negociação – O Comando Nacional dos Bancários e a Federação dos Bancos (Fenaban) realizam a quarta rodada de negociação sobre cláusulas econômicas, nesta quinta-feira, 20, a partir das 10h. As negociações chegaram a ser interrompidas pelos bancários por falta de propostas dos banqueiros.
“Esta é a última negociação do bloco de quatro programadas. Os banqueiros tiveram tempo de sobra para analisar nossas reivindicações. Se não apresentarem uma contraproposta, os bancários entram em greve nos próximos dias”, avisa Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários.
Mobilização - Com cerca de 1,5 mil pessoas e muita alegria, a passeata dos bancários na Campanha Nacional 2007 animou as ruas do centro de São Paulo. Ao som da bateria da escola de samba Tom Maior e do jingle da campanha, ela saiu da praça Antônio Prado colorida e com atrações circenses. Faixas, bandeiras e palavras de ordem mostravam as reivindicações e cobravam seriedade dos bancos nas negociações.
Os bancários foram à mobilização para dizer que não agüentam mais o assédio moral, a cobrança abusiva de metas. A categoria quer mais segurança, melhores condições de trabalho, aumento real nos salários e participação maior nos lucros. O recado será levado à mesa de negociação.
Reivindicações Econômicas
* Reajuste salarial de 10,3%, que prevê aumento real de 5,5%. Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de dois salários mais valor adicional de R$ 3.500.
* Piso salarial de R$ 1.628,24 (salário mínimo definido pelo Dieese).
* Plano de Cargos e Salários em todos os bancos.
* 14º salário.
* Cesta-alimentação de R$ 380 (salário mínimo vigente).
*13ª cesta-alimentação.
* Auxílio-creche/babá de R$ 380 (salário mínimo vigente).
* Auxílio-educação para todos
* Remuneração Variável - Está é a primeira vez que os bancários apresentam essa reivindicação. O objetivo é regrar o pagamento e acabar com a cobrança abusiva de metas. Assim, os bancários querem uma remuneração complementar de 10% do total das vendas de produtos feitas em cada unidade, distribuído de forma linear para todos. E 5% da arrecadação com prestação de serviços distribuídos trimestralmente de forma linear a todos os bancários de cada instituição, inclusive aos afastados por licença-saúde.
Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui um acordo coletivo de trabalho com validade nacional. Todos os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. A categoria conta com 420 mil bancários, sendo 114 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.