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Os bancários da região da Avenida Paulista participaram do Dia Nacional de Luta promovido pelo Sindicato na manhã desta quinta-feira, dia 25. A manifestação é uma resposta aos banqueiros que apresentaram, na sétima rodada de negociação realizada na quarta-feira, 24, uma proposta que não atende as reivindicações da categoria.
Foram 58 agências e cerca de 1.500 trabalhadores do Itaú, Bradesco, HSBC, Unibanco, Safra e Banco do Brasil que atrasaram o início das atividades até o meio-dia, no trecho compreendido entre a Rua Bernardino de Campos, ainda antes do início da Paulista, e a Rua da Consolação.
Parte dos bancários permaneceu concentrada em frente à agência do Bradesco localizada no número 1.415 da Avenida Paulista, para ouvir os informes da campanha nacional dos bancários.
“Explicamos para os bancários que os banqueiros apesar de terem mantido seu lucros bilionários querem pagar cerca de R$ 1.800 menos do que no ano passado a título de Participação nos Lucros e Resultado (PLR). Se os banqueiros insistirem nessa proposta de PLR reduzida e índice sem aumento real os bancários irão à greve”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “O protesto de hoje é uma preparação à paralisação de 24 horas e é uma reposta aos banqueiros que estão empurrando os bancários da mesa de negociação à greve”, completou.
O ato contou com distribuição de algodão-doce e chupetas (símbolo da campanha Não Chora Banqueiro), café, leite com chocolate e pipoca. Os participantes também puderam assistir ao show da banda Altitude Zero e de artistas circenses com pernas-de pau e malabares.
Clientes – O auto-atendimento funcionou normalmente para reduzir o possível incomodo aos clientes, que receberam uma carta aberta com informações sobre os motivos que levaram os trabalhadores a protestar. Carros de som do Sindicato percorrem toda a extensão da avenida com mensagens à população. “Os banqueiros que tiveram bons resultados seja em lucro, rentabilidade e ativos se recusam a retribuir aos bancários na mesma proporção que o trabalho empenhado. O mesmo tratamento recebe os clientes que pagam tarifas e spread elevados, mas não têm contrapartidas como atendimento sem filas e mais segurança”, disse Marcolino.
Rejeitada – Os banqueiros indicaram reajuste de 7,5% para os salários, pisos e demais verbas, como vale-refeição, alimentação, auxílio-creche/babá. Os trabalhadores consideram o valor insuficiente já que a inflação ficou em 7,15% no período entre setembro de 2007 e agosto de 2008 (de acordo com o INPC). A categoria quer 5% de aumento real nos salários, vale alimentação e auxílio-creche de R$ 415; e vale-refeição de R$ 17,50 por dia.
Apesar de contabilizarem excelentes resultados, os bancos querem pagar Participação nos Lucros e Resultado (PLR) menor aos bancários: a regra básica corrigida em 7,5% (80% do salário, acrescido de valor fixo de R$ 943,85), e valor adicional de acordo com a variação do crescimento do lucro líquido de cada banco. Entretanto, essa variação foi bem menor este ano, o que reduzirá ou anulará o valor adicional a ser pago. Os bancários querem PLR de três salários mais valor fixo de R$ 3.500.
Calendário de Mobilização - Os trabalhadores realizam assembléia na Quadra dos Bancários (Rua Tabantingüera, 192, Sé) na segunda-feira, 29, para deliberar sobre paralisação de 24 horas no dia 30 de setembro.
Dados da Categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possuem um acordo coletivo de trabalho com validade nacional. Todos os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. A categoria conta com mais de 434 mil bancários, sendo 120 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Linha fina
Bancários atrasaram abertura das agências na região da Paulista, em protesto contra os banqueiros que apresentaram proposta rebaixada na negociação
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