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Sai proposta de combate ao assédio moral nos bancos. Reabilitação profissional e segurança bancária

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Proposta de combate ao assédio moral nos bancos, reabilitação profissional para trabalhadores vítimas de doenças ocupacionais e criação de procedimentos no pós-assalto foram os temas discutidos, nesta terça-feira, 9 de setembro, na quarta rodada de negociações entre bancários e a federação dos bancos (Fenaban).

Assédio moral – Foi fechado texto de cláusula que prevê o estabelecimento de uma política de prevenção e combate ao assédio moral nas instituições financeiras. O documento prevê a apuração de denúncias de assédio moral no prazo de 60 dias. As denúncias podem ser recebidas tanto no sindicato quanto nos bancos. Os negociadores da Fenaban irão encaminhar o texto à apreciação dos bancos e dos trabalhadores para que possa ser incorporado à Convenção Coletiva da Categoria (CCT). O texto ainda permanece com uma pendência, sobre o sigilo dos envolvidos. 

Reabilitação profissional – Os bancários que voltam ao banco depois de alta médico muitas vezes encontram condições inadequadas de trabalho que podem levá-lo novamente ao adoecimento.  Para preparar o retorno deste trabalhador, foram apresentadas propostas de bancários e banqueiros sobre critérios de reabilitação profissional para aqueles que tiveram alta médica e para os trabalhadores da ativa que já passaram por afastamento. A discussão será retomada.

Segurança Bancária – Os banqueiros voltaram atrás e admitiram restabelecer a comissão permanente de segurança bancária. A Fenaban também ficou de estudar a emissão do Comunicado Acidente de Trabalho (CAT) aos bancários que presenciaram assalto na agência e o acompanhamento do bancário por um representante do banco na delegacia em caso de elaboração de B.O.

Os bancários defenderam na negociação que em caso de pós-assalto, as agências só abram em condições adequadas de segurança.

“Queremos aumento real de salários, PLR maior, mas também exigimos condições dignas de trabalho. Essas quatro rodadas de negociações demonstraram que os bancos  podem atender às nossas reivindicações”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. 

Próximas negociações – Além das rodadas de negociação marcadas para os dias 16 e 23 de setembro, foi agendado mais uma reunião para o dia 17, quando deverão entrar na pauta as reivindicações econômicas. “Se não houver avanços na mesa de negociação em relação às cláusulas econômicas, os bancários irão à greve para garantir suas reivindicações”, ressaltou.

Veja as principais reivindicações
Índice
– reajuste de 13,23% (inflação mais 5% de aumento real)
Vale-alimentação – R$ 415 (mesmo valor do salário mínimo)
Vale-refeição – R$ 17,50 por dia
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – três salários mais valor fixo de R$ 3.500, sem teto, nem limitador.
Auxílio-creche – R$ 415 (mesmo valor do salário mínimo)

Pisos salariais – aumento progressivo, em três anos, até atingir o piso do Dieese, atualmente estimado em R$ 2.074, sendo incorporado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25%, em 2009, e outros, 25% em 2010. Desta forma, neste ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissionado, e R$ 3.369,93 para gerente.

Plano de Cargos e Salários (PCS) – formulação de um PCS para todos. A proposta prevê 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos. A proposta de PCS determina, ainda, que os bancos são obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por no mínimo 60 dias. E quando houver uma nova vaga, o banco é obrigado a fazer um processo de seleção interna para preenchê-la. Para cada cargo e função, o banco deve apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada ao salário integralmente.

Fim da metas abusivas – Os bancários querem interferir nas metas que estão na base da gestão do sistema financeiro. As metas passarão a ser definidas com o movimento sindical, a partir do local de trabalho – agências ou departamentos – e levando em consideração a região, o porte das agências, o número de funcionários, a base de clientes e o perfil econômico local. Devem ser obrigatoriamente coletivas e não individuais, considerando a região e número de clientes. Deve ocorrer a redução das metas quando houver a diminuição de trabalhadores.

Contratação de remuneração total – Além do reajuste salarial, os bancários querem regrar a remuneração variável. A reivindicação é de distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.

Novas conquistas – Auxílio-educação e a criação de um plano de previdência complementar fechado, com gestão compartilhada.

Emprego - Ratificação da convenção 158; defesa do emprego; cumprimento da jornada de 6 horas; contratação de mais funcionários, estabelecendo efetivo mínimo para o atendimento aos clientes.

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