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Os bancários vão pedir esclarecimentos sobre a postura dos policiais frente a possível greve da categoria a partir de quinta 24 de setembro. No último dia 11, os responsáveis pela segurança dos maiores bancos do Brasil reuniram-se com a PM, a pedido dos banqueiros, para traçar um “planejamento de ações conjuntas frente aos movimentos grevistas”, conforme e-mail de convocação, – que o Sindicato teve acesso.
“Queremos que a denúncia seja apurada e o que os trabalhadores tenham o compromisso do secretário de segurança pública de que não terão o direito de greve desrespeitado”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Os banqueiros teriam solicitado apoio da PM para o cumprimento dos interditos proibitórios, que visam coibir as manifestações do Sindicato nas agências e concentrações bancárias.
Interdito Proibitório – Trata-se de um instrumento jurídico, previsto no Código Civil, que tem como princípio proteger a posse e a propriedade, mas que é utilizado de forma desvirtuada para proibir manifestações de trabalhadores. Os interditos prevêem multas que podem chegar a valores de até R$ 1 milhão, em caso de descumprimento. Alguns proíbem a aproximação do Sindicato num raio de 200 metros dos locais de trabalho e outros prevêem até a apreensão de objetos de comunicação e pessoas que estejam em frente aos bancos admitindo, para isso, o uso de força policial.
OCDE - A falta de respeito do Santander e do Itaú Unibanco com a organização dos funcionários e com o direito de greve dos trabalhadores será denunciada nesta terça-feira 22, pelo Sindicato à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo internacional dos países comprometidos com os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado.
No caso do Santander, a denúncia foi gerada após o banco conseguir na Justiça um interdito proibitório, mesmo antes de a greve ser decretada. Já o Itaú Unibanco tem tomado uma série de medidas para reprimir os funcionários a participar da greve. A entidade explica à OCDE que o Itaú Unibanco tem promovido uma série de práticas antissindicais ao orientar sua rede à “instruir todos os trabalhadores a comparecerem na sua unidade para trabalhar normalmente”, mesmo com os bancários em greve. O banco também orienta que “em caso da impossibilidade de entrar na unidade, se reúnam (os trabalhadores) no lugar que já foi determinado anteriormente e os mesmos deverão aguardar as orientações”. O comunicado do banco conclui pressionando os trabalhadores com ameaças: “os colaboradores que não estiverem no local determinado no momento da decisão sobre a abertura da sua unidade serão considerados aderentes ao movimento grevista”.