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Em reunião na tarde de terça-feira 22, Marcolino apresentou e-mail encaminhado pela federação dos bancos Febraban convocando para o encontro com a PM que trataria sobre possível greve dos bancários. Ao ver que o item da reunião era “planejamento de ações conjuntas frente ao movimento grevista”, Ferreira Pinto foi taxativo: “é evidente que houve a reunião. Isso é um equívoco. Não é um procedimento correto”, disse o secretário ao afirmar que irá reunir-se com o comandante da Polícia Militar para tratar do assunto. “A greve é um direito constitucional. A obrigação da PM é mantê-la em termos pacíficos”, destacou.
Luiz Cláudio Marcolino e a secretária-geral do Sindicato, Juvandia Moreira, apresentaram documentos que comprovaram que todos os procedimentos previstos na Lei de Greve foram respeitados, como publicação de edital de convocação de assembleia, aviso de greve à população e comunicado de greve à Fenaban. “Todos os procedimentos legais estão sendo tomados. Os trabalhadores têm de ter seu direito de greve garantido e sua integridade física respeitada”, afirmou Marcolino.
Os bancários também estão distribuindo jornais aos clientes e divulgando spot de rádio para comunicar à população que a greve não é para prejudicá-la e que por isso os serviços dos caixas eletrônicos serão mantidos.
No dia 15 de setembro, o Sindicato havia protocolado um pedido de audiência com o secretário de Segurança Pública. O presidente do Sindicato também se reuniu com o deputado Vanderlei Siraque, membro da Comissão de Segurança da Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp), para que denunciasse aos demais parlamentares a reunião entre Fenaban e PM e que também solicitasse a audiência com o secretário.
Assembléia – Os bancários de São Paulo, Osasco e Região realizam assembléia nesta quarta 23 na Quadra (Rua Tabatinguera, 192 - Sé) para rejeitar oficialmente proposta dos banqueiros de reajuste de 4,5%, que repõe apenas a inflação, e deliberar sobre greve por tempo indeterminado a partir do dia 24. A categoria reivindica 10% de aumento salarial.
OCDE - O Sindicato denunciou nesta terça 22 ao Ponto de Contato Nacional do Brasil da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) a falta de respeito do Santander e do Itaú Unibanco com a organização dos bancários e o direito de greve. Os trabalhadores foram recebidos pelo representante da entidade no país, Oswaldo Luiz Salgueiro Baptista.
No caso do Santander, a denúncia foi gerada após o banco conseguir na Justiça um interdito proibitório, mesmo antes de a greve ser decretada. Já o Itaú Unibanco tem tomado uma série de medidas para reprimir os funcionários a participar da greve. A entidade explica à OCDE que o Itaú Unibanco tem promovido uma série de práticas antissindicais ao orientar sua rede à “instruir todos os trabalhadores a comparecerem na sua unidade para trabalhar normalmente”, mesmo com os bancários em greve. O banco também orienta que “em caso da impossibilidade de entrar na unidade, se reúnam (os trabalhadores) no lugar que já foi determinado anteriormente e os mesmos deverão aguardar as orientações”. O comunicado do banco conclui pressionando os trabalhadores com ameaças: “os colaboradores que não estiverem no local determinado no momento da decisão sobre a abertura da sua unidade serão considerados aderentes ao movimento grevista”.