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Os trabalhadores querem que seja incluída na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) uma cláusula em que os bancos se comprometam a respeitar os empregos, nos moldes da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe dispensas imotivadas. A suspensão da implementação de projetos que prevejam terceirizações também está entre as reivindicações.
"Além de os balanços já trazerem resultados positivos para os bancos nesse primeiro semestre, as instituições financeiras estão elevando as projeções do PIB e das operações de crédito para o próximo período. Esse cenário positivo tem de se converter em mais emprego para a categoria", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e membro do Comando. "Uma das desculpas para as demissões no setor era o arrefecimento do crédito. Como as perspectivas mudaram, o tratamento ao emprego também tem de mudar de rumo."
Dados - Apenas nos seis bancos com fusões e incorporações em andamento (Itaú-Unibanco, Banco do Brasil-Nossa Caixa e Santander-Real) estão envolvidos cerca de 230 mil bancários, metade dos 465 mil trabalhadores do setor em todo o país.
Demissões - A redução dos postos de trabalho no setor financeiro está camuflada pelas incorporações de grandes ou pequenas empresas, bancos ou não, que são constantemente negociadas e mostram que a crise passa longe das grandes instituições desse segmento.
Nos últimos seis meses o Itaú reduziu 4.237 postos de trabalho na holding, sendo que a maioria deve estar relacionada ao encerramento das atividades da Taií. O Santander eliminou cerca de mil empregos e o Bradesco, que também incorporou o banco IBI recentemente, fez uma redução de 751 vagas. No total, quase 6 mil postos de trabalho a menos. Entre o total de trabalhadores bancários no Brasil, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, houve uma redução de 2.224 postos no semestre.
Próximas negociações – Mais duas negociações marcadas. No dia 2 de setembro serão debatidas questões de remuneração – como índice e PLR – e demais cláusulas econômicas. No dia 9 de setembro, é a vez de discutir as cláusulas sociais e de saúde.
Confira as principais reivindicações:
> Índice de 10% (reposição da inflação mais 5% de aumento real)
> PLR de três salários + R$ 3.850
> Tíquete-refeição R$ 19,25 ao dia
> Cesta-alimentação R$ 465 ao mês (um salário mínimo)
> 13ª cesta-alimentação R$ 465 (um salário mínimo)
> Auxílio-creche/babá R$ 465 ao mês (um salário mínimo)
> Valorização dos pisos com base no salário mínimo do Dieese
Portaria R$ 1.432
Escriturário R$ 2.047
Caixa R$ 2.763
1º Comissionado R$ 3.477
1º Gerente R$ 4.605
> Contratação de toda remuneração (inclusive a parte variável, com o objetivo de acabar com imposição de metas abusivas)
> Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) para todos, construído a partir de negociação com os representantes dos trabalhadores
> Garantia de emprego
> Ampliação da licença-maternidade para seis meses
> Auxílio-educação para todos
> Mais segurança bancária
> Fim do assédio moral
Manifestação - Milhares de trabalhadores vão tomar as ruas das principais cidades do país na próxima sexta-feira 28 para a Jornada Nacional Unificada de Lutas. O objetivo é reunir todas as categorias profissionais em campanha salarial neste segundo semestre para pressionar os patrões e colocar em destaque as bandeiras dos trabalhadores.
Para os bancários, a jornada é ainda mais especial já que 28 de agosto é o Dia do Bancário. Em São Paulo, a CUT vai promover uma passeata que sairá às 10h da sede da entidade (Rua Caetano Pinto, 575, metrô Brás) e vai até a Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal. A Superliga dos Bancários e Os Irresponsáveis, heróis e vilões criados pelo Sindicato para a campanha salarial deste ano, estarão na passeata.