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Febraban reuniu-se com a PM para montar esquema de repressão à greve

Linha fina
Ação estaria sendo preparada, apesar de haver negociação marcada com representantes dos trabalhadores no dia 17
Imagem Destaque
Enquanto os trabalhadores apostam no processo de negociação para se chegar a um acordo na campanha salarial, denúncias dão conta de que a federação dos bancos (Febraban) fez reunião secreta com o Comando da Policia Militar, da capital paulista, para montar um esquema de repressão a uma possível greve de bancários.

> Veja email da Febraban que o sindicato teve acesso

Além disso, os bancos estão obrigando os bancários a entrar de madrugada no trabalho para furar possíveis manifestações e ainda conseguem liminares na Justiça (os chamados interditos proibitórios) para proibir que diretores do Sindicato se aproximem dos locais de trabalho.

Apesar de bancários e banqueiros terem uma negociação marcada para o próximo dia 17, com o compromisso de apresentar uma contraproposta à categoria, a Febraban realiza esquema para impedir possíveis manifestações dos trabalhadores, sem sequer a categoria ter uma assembléia marcada, como prevê a legislação, para que a greve seja deflagrada.

“Em vez de apresentar uma contraproposta digna à categoria, os bancos estão passando por cima da Lei 7.783, que garante o direito de greve aos trabalhadores, desrespeitando o canal de diálogo instalado com os representantes dos trabalhadores por meio do processo de negociação e desrespeitando os direitos dos bancários de se manifestarem em um país democrático”, disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região e membro do Comando Nacional dos Bancários. “Com essa postura, a Fenaban está rebaixando a contraproposta antes mesmo de apresentá-la. Os banqueiros sabem que só tem greve caso a proposta não seja condizente com as reivindicações da categoria”, ressalta Marcolino que encaminhou uma carta à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e ao comando da PM cobrando dos órgãos apuração dos fatos e que cumpram seu papel de resguardar os direitos dos cidadãos, entre eles os trabalhadores.

Campanha Salarial - Os bancários reivindicam reajuste salarial de 10% (reposição da inflação, mais 5% de aumento real), PLR de três salários + R$ 3.850, fim das metas abusivas e do assédio moral, plano de carreiras, cargos e salários (PCCS), valorização dos pisos e das verbas e mais segurança nas agências para bancários e clientes.

Interdito Proibitório – Trata-se de um instrumento jurídico, previsto no Código Civil, que tem como princípio proteger a posse e a propriedade, mas que é utilizado de forma desvirtuada para proibir manifestações de trabalhadores. Os interditos prevêem multas que podem chegar a valores de até R$ 1 milhão, em caso de descumprimento. Alguns proíbem a aproximação do Sindicato num raio de 200 metros dos locais de trabalho e outros prevêem até a apreensão de objetos e pessoas que estejam em frente aos bancos admitindo, para isso, o uso de força policial.
 
Veja hotsite específico sobre o interdito proibitório.
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