Negociações com a Fenaban serão retomadas na próxima semana,
quando serão discutidas as reivindicações sobre emprego
A necessidade de criar instrumentos que combatam o assédio moral nos bancos, bem como mudar o formato de estipulação de metas que as tornam abusivas, foram colocadas na mesa de negociação pelo Comando Nacional dos Bancários à federação dos bancos (Fenaban), nesta quarta e quinta feiras, 1 e 2 de setembro.
Embora tenham concordado em discutir os temas, reconhecendo os problemas, não houve muitos avanços. No caso das metas, os banqueiros não aceitaram fechar uma proposta concreta para mudar a situação. Já em relação ao assédio moral, alegando que alguns pontos ainda precisam ser analisados, o debate está suspenso.
“Saúde é prioridade para oito em cada 10 bancários. Nossa expectativa já era ter algo mais concreto. Os bancos não podem desperdiçar a chance de avançar e resolver esses problemas que tanto adoecem os trabalhadores. Essa situação precisa ser resolvida até o final do processo”, disse Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários, de São Paulo, Osasco e Região.
Os banqueiros disseram não para a reivindicação de manter direitos salariais aos bancários que retornam ao trabalho depois de um período de afastamento, como perda de comissão. A igualdade de direitos, como Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e vales refeição e alimentação para os afastados, também foi negada.
Segurança – As reivindicações sobre segurança, também foram debatidas. A Fenaban admitiu o fornecimento de estatísticas a cada seis meses aos representantes dos bancários e concordou com a abertura de B.O. nos casos de assalto. Porém, outras questões, não menos relevantes, não avançaram como a obrigatoriedade de emissão de Comunicado Acidente de Trabalho (CAT), o fim do transporte de chaves de agências e cofres e transporte de valores pelos trabalhadores. Os bancários voltaram a repudiar a retirada das portas de segurança, sobretudo no Itaú e no Banco do Brasil, por considerarem um retrocesso na segurança de bancários e clientes.
Em relação à reivindicação de que os bancários tenham direito a atendimento médico-psicológico no pós-assalto, os banqueiros concordaram apenas em fazer esse atendimento no local do assalto e não em período maior de recuperação do trabalhador.
Calendário de negociações - A próxima rodada de negociação está marcada para os dias 8 e 9 de setembro, quando serão discutidas as reivindicações sobre emprego, como a ampliação das contratações, combate às terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (contra demissões imotivadas). Nos dias 15 e 16, vão à mesa as reivindicações sobre remuneração.
Confira os principais itens da pauta de reivindicação
• Reajuste Salarial –11%
• PLR – três salários mais R$ 4 mil
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.157,88)
• Vales Alimentação e Refeição – Salário Mínimo Nacional (R$ 510)
• PCCS – Para todos os bancários
• Auxílio-educação – pagamento para graduação e pós.
• Emprego – Ampliação das contratações, combate às terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (contra demissões imotivadas)
• Cumprimento da jornada de 6 horas
• Fim das metas abusivas
• Fim do assédio moral
• Mais segurança nas agências bancárias
• Previdência complementar para todos os trabalhadores
• Contratação da remuneração total
• Igualdade de oportunidades
Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São 460 mil bancários no Brasil, sendo 130 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
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