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Bancos dizem não à geração de emprego

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Negociação entre bancários e Fenaban será retomada nesta quinta.Trabalhadores querem contratações, fim da terceirização e das dispensas imotivadas num dos setores mais lucrativos do país

Na primeira rodada de negociação sobre emprego, nesta quarta 8, os representantes dos bancos deram respostas vagas às reivindicações dos bancários e se negaram a firmar compromisso para aumentar as contratações no setor. Os bancários consideram essa reivindicação como fundamental para que o ritmo estressante de trabalho seja reduzido, melhorando as condições de trabalho e, conseqüentemente, diminuindo o adoecimento da categoria.

“Os bancos têm a obrigação de gerar mais empregos.Todas as operações e comercialização de produtos financeiros cresceram - como crédito, seguros, previdência – refletindo o excelente resultado dos bancos e aumentando o volume de trabalho. Só os cinco maiores, lucraram no Brasil, R$ 21 bilhões no primeiro semestre deste ano. Quem ajudou a construir esse resultados, foram os trabalhadores” , disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, ao destacar o crescimento dos empregos no setor  ao destacar  que os bancos geraram somente 0,61% dos postos criados no país no mesmo período.

O Comando Nacional dos Bancários e a federação dos bancos (Fenaban) retomam nesta quinta-feira, 9 de setembro, a partir das 15h, no Hotel Maksoud Plaza (Alamenda Campinas, 150), para tratar das reivindicações da categoria sobre emprego.

Terceirização – Outro ponto colocado em debate veio da mesa temática entre representantes dos bancários e dos bancos: a internalização de uma série de serviços que hoje estão terceirizados em boa parte dos bancos e não deveriam estar. “Os bancos até admitem que há setores que podem ser internalizados, mas ainda não informaram quais, em que condições. Comprometeram-se a apresentar essas informações e continuar a discussão quando a mesa temática for retomada após o fim das negociações gerais.”

Juvandia lembra que há milhares de correspondentes bancários e terceirizados que prestam serviço para o setor financeiro em todo o Brasil. “São os banqueiros precarizando o trabalho, os empregos e as condições de atendimento para lucrar mais. Dizem que isso é uma questão de gestão que não pretendem discutir com os trabalhadores. Mas para nós é uma questão de direito que vamos continuar cobrando como parte interessada.”

Calendário de Negociações – Na próxima semana, acontece a negociação sobre remuneração, marcada para os dias 15 e 16.

Confira os principais itens da pauta de reivindicação
• Reajuste Salarial –11%
• PLR – três salários mais R$ 4 mil
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.157,88)
• Vales Alimentação e Refeição – Salário Mínimo Nacional (R$ 510)
• PCCS – Para todos os bancários
• Auxílio-educação – pagamento para graduação e pós.
• Emprego – Ampliação das contratações, combate às terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (contra demissões imotivadas)
• Cumprimento da jornada de 6 horas
• Fim das metas abusivas
• Fim do assédio moral
• Mais segurança nas agências bancárias
• Previdência complementar para todos os trabalhadores
• Contratação da remuneração total
• Igualdade de oportunidades

Dados da Categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São 460 mil bancários no Brasil, sendo 130 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

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