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Campanha Salarial: bancários querem avanços nas negociações

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A federação dos bancos (Fenaban) disse não aos bancários na primeira rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2011, que tratou das reivindicações de emprego e igualdade de igualdade de oportunidades. Os representantes do Comando Nacional dos Bancários e da Fenaban estiveram reunidos em São Paulo, nesta terça (30) e quarta (31), dando início as negociações deste ano. A data-base da categoria é primeiro de setembro

Emprego - Mais contratações de bancários e fim das demissões injustificadas nos moldes previstos na Convenção 158 da OIT foram as medidas defendidas pelo Comando Nacional dos Bancários, para ampliar empregos e combater a rotatividade nos bancos, um dos setores mais lucrativos do país. Numa postura de quem, no mínimo, não conhece a realidade dos trabalhadores, os banqueiros afirmaram que a garantia de emprego e o fim da rotatividade não são temas prioritários para a categoria.
 
“Muitos bancários estão adoecendo em agências e departamentos por conta do ritmo intenso de trabalho. Ampliar o emprego bancário, além de garantir melhor atendimento aos clientes, significa melhoria nas condições de trabalho e de saúde da categoria, bem como respeito aos trabalhadores com o fim da rotatividade, usada pelos bancos privados para trocar funcionários com o objetivo de reduzir custos com salários”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários, de São Paulo, Osasco e Região.

Correspondentes – O Comando Nacional dos Bancários defendeu a inclusão bancária por meio da ampliação de serviços de qualidade feitos por bancários em agências e postos (PABs).

Os banqueiros defenderam a existência dos correspondentes e afirmaram que esse tipo de atendimento vai continuar funcionando inclusive ao lado de agências bancárias.

Os representantes dos trabalhadores salientaram que há serviço de correspondente efetuado dentro das agências e que clientes estão sendo orientados a deixar a agência e procurar atendimento fora. A Fenaban alegou desconhecer tais práticas. “Os correspondentes estão sendo usados para reduzir custos por meio da precarização do atendimento aos clientes e de salários rebaixados pagos a esses   trabalhadores”, ressaltou Juvandia.

Venda responsável – A Fenaban negou-se a assinar o termo de venda responsável de produtos, apresentado pelos trabalhadores com a pauta de reivindicações, por alegar que já são responsáveis em suas vendas. “As crescentes reclamações dos clientes nos órgãos de defesa do consumidor e no Banco Central contrariam a resposta da Fenaban e demonstram que as metas impostas aos bancários são abusivas. Esses dados, bem como o adoecimento dos bancários vítimas da pressão e do assédio moral para o cumprimento de metas, apontam a urgência de os bancos aderirem à venda responsável, de fato”, afirmou a presidenta do Sindicato.

Igualdade de Oportunidades - Os bancários criticaram o desrespeito da Fenaban, ao longo do último ano, ao calendário da mesa temática de igualdade de oportunidades. Muitas reuniões foram desmarcadas pelos bancos e os bancários consideram o tema de extrema importância. Os representantes dos trabalhadores cobraram a realização de um novo senso, do mapa da diversidade. O último foi realizado em 2008. “Esse censo é muito importante porque identifica problemas que já foram apontados em pesquisas anteriores, como o Rosto dos Bancários feito por nós”, explica a presidenta do Sindicato. “Sabemos que as mulheres têm barreiras para ascensão profissional, e os negros de acesso ao emprego. No caso das mulheres negras é pior ainda. Precisamos atualizar o censo pra ver se há avanços ou se as ações desenhadas até agora precisam ser complementadas.”

Ela destaca que estamos entrando no quarto ano desde que o último foi apurado. “Eles querem esperar cinco anos e não concordamos. Para nós deve ser feito no máximo até o ano que vem, mas isso ficou em aberto”, disse Juvandia Moreira.
Melhoria no atendimento, respeito à jornada e mais contratações Os bancários preocupados com a melhoria de atendimento ao cliente, cobraram mais contratações, ampliação do horário de atendimento ao cliente para das 9h às 17h, com respeito à jornada de trabalho. “Um serviço de qualidade passa pela redução da  sobrecarga de trabalho. Banco é uma concessão pública, e tem obrigação de atender bem toda a sociedade ”, disse Juvandia ao ressaltar que o comando reivindicou que haja no mínimo cinco funcionários na função de caixa por agência. Seguindo a postura de dizer não para tudo, os banqueiros demonstram descaso com a melhoria no atendimento.

Próximas negociações - Saúde  e condições de trabalho, serão os temas da próximas rodada de negociação que acontece nos dias 5 e 6 de setembro; e remuneração em 13 de setembro.

Dados da Categoria – Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São 484 mil bancários no Brasil, sendo 135 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Confira os principais itens da pauta de reivindicação .
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