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A instalação de mais equipamentos de prevenção contra assaltos e sequestros, melhoria da assistência médica e psicológica às vítimas da violência e insegurança nos bancos, bem como a proibição do porte das chaves de cofres e do transporte de valores por bancários estão entre as reivindicações que serão levadas pelo Comando Nacional dos Bancários à mesa de negociação com a Federação dos Bancos (Fenaban), nesta terça-feira 6 de setembro.
Os debates que acontecem a partir das 10h, no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, fazem parte das negociações da campanha nacional dos bancários. A data-base da categoria é 1de setembro.
“Os bancários querem melhores condições de trabalho, com mais segurança e saúde. Por isso, queremos que sejam implementadas medidas preventivas que garantam a integridade física de todos os trabalhadores em bancos”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. “Esperamos que os banqueiros busquem na mesa de negociação soluções para esses problemas que afetam diretamente a vida de bancários e clientes”, ressaltou. O Comando Nacional dos Bancários apontou dados dando conta que 21 pessoas morreram em bancos no primeiro semestre.Negociações sobre saúde terminam sem avanços – Os banqueiros recusaram-se a discutir medidas que coloquem um fim às metas abusivas, por não considerá-las um problema na categoria.
Para a Fenaban, os bancários é que exageram nas reclamações. Além disso, os banqueiros consideram que impor limites às metas seria uma atitude de ingerência na gestão dos bancos. Apesar de 65% dos bancários de agências considerarem a pressão excessiva para superar as metas como um problema, segundo pesquisa do Sindicato, os banqueiros desconsideraram todos os levantamentos e colocaram em xeque a realidade dos bancários.
“Com essa postura, demonstraram mais uma vez que desconhecem o dia-a-dia dos bancários, que adoecem em níveis epidêmicos por doenças relacionadas primeiro a esforços repetitivos e segundo, por transtornos mentais, segundo o INSS. Os trabalhadores não suportam mais a pressão para o cumprimento das metas abusivas. E melhorar as condições de trabalho da categoria passa sim por alterar o formato de gestão dos bancos, que tanto adoece os trabalhadores”, ressaltou Juvandia Moreira. Ela lembra que só no primeiro semestre de 2009, 1.626 bancários foram afastados por transtornos mentais, segundo dados do INSS.
O Comando Nacional dos Bancários cobrou ainda que seja colocado na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) a proibição de ranking com performances individuais. Outra reclamação dos bancários foi posta à mesa pelos sindicatos: a de que os caixas não vendam mais produtos, já que nesta função ficam sobrecarregados e com dificuldades de prestar um atendimento de qualidade.
Pesquisa – Enquanto 30% da população brasileira sofre com estresse, conforme dados da Universidade Federal Fluminense (UFF), entre os bancários o número mais que duplica, já que 65% queixaram-se desse mal em pesquisa realizada pelo Sindicato. Outros 42% dos consultados revelaram ter sofrido assédio moral no ambiente de trabalho. E, não menos alarmante, 84% dos trabalhadores ouvidos sentiram problemas de saúde, como cansaço, fadiga e insônia. As informações constam da pesquisa O Impacto da Organização e do Ambiente de Trabalho Bancário na Saúde Física e Mental da Categoria, lançada no dia 24 de agosto.
Reivindicações – Além de reivindicações sobre condições de trabalho, saúde e segurança os bancários querem, reajuste salarial de 12,8% (sendo aumento real de salários de 5% e reposição da inflação projetada de 7,5%), Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4.500; valorização dos pisos, vales refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 545).