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Segurança Bancária: para bancários negociações com Fenaban terminam em retrocesso

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Apesar do aumento do número de assaltos a agências bancárias e da crescente insegurança que atinge funcionários e clientes, terminou sem avanços a negociação sobre segurança entre o Comando Nacional dos Bancários e federação dos bancos (Fenaban). Na rodada que aconteceu nesta terça-feira 6, os negociadores da Fenaban disseram não às principais reivindicações da categoria, que têm o objetivo de reduzir os riscos nos locais de trabalho.

O Comando levou à mesa de negociação levantamento feito conjuntamente à Confederação Nacional dos Vigilantes dando conta de que até set 2011, 31 pessoas morreram em assaltos, sendo 20 em crimes de saidinha de banco. Também aponta que foram registrados 838 ataques a bancos, sendo 537 arrombamentos e 301 assaltos.

“Apesar de ser um tema vital, os bancos ou disseram não às demandas dos bancários ou protelaram as discussões, demora muito prejudicial para quem é vítima dessa violência. Com essa postura, os bancos demonstraram pouco interesse no assunto, já que ampliar medidas de segurança nas agências significa diminuir riscos e garantir a integridade física de trabalhadores e usuários de bancos”, critica Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando.
Os negociadores da Fenaban disseram não, por exemplo, à proibição da guarda das chaves e acionadores de alarmes por parte dos bancários. “Eles afirmam que os gerentes sofrem sequestros em função do cargo e não por portar chaves e acionadores. Mas esses trabalhadores não gostam de portar chaves e sabem que se não tivessem de carregá-las, sofreriam menos riscos”, relata Juvandia.

O “não” também foi a resposta para a obrigatoriedade da instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias e para o fechamento das unidades e dispensa dos bancários em caso de assalto. “Um retrocesso, já que vários bancos já mantêm essa prática que deveria virar regra, com cláusula na convenção coletiva. Hoje temos de correr atrás, caso a caso, para evitar a abertura dos locais que sofreram assaltos”, explica a presidenta do Sindicato.  
 
Em relação à proibição no transporte de valores por bancários e reforço do monitoramento, os banqueiros ficaram de formular proposta de cláusula.

Mesa temática – Os representantes dos bancos protelaram as discussões de vários outros pontos da pauta e remeteram o debate à mesa temática. Dentre essas reivindicações estão a instalação de biombos e divisórias para proteger clientes em operações bancárias, vidros blindados e a presença de vigilantes no autoatendimento das agências.

CAT – Sobre o atendimento médico e psicológico, além do pagamento das despesas com remédios dos bancários vítimas de assaltos, a Fenaban mantém o que consta das cláusulas 29 e 30 da CCT. “Para a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho  (CAT) disseram não.”

Proibição do uso do celular – Juvandia questionou dos bancos uma posição diante da lei que proíbe o uso de celulares em agências bancárias. “Cobramos que os bancários não podem ficar com mais essa tarefa e nem isolados sem comunicação com seus familiares durante toda a jornada. Os bancos alegaram que ainda não têm posição sobre o assunto e que a legislação ainda não está regulamentada em São Paulo.

“Estamos recebendo diversas reclamações dos bancários que já vivem sobrecarregados com a rotina estressante das agências bancárias, de ao mesmo tempo atender a fila, cumprir metas abusivas de comercialização dos produtos e agora ter de ficar atento aos clientes que usam celulares”, afirma Juvandia, reforçando que essa lei é inócua.
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