Pular para o conteúdo principal

Governo reduz compulsório e quer mais crédito

Linha fina
Medida, que injetará R$ 30 bi na economia, visa ampliar margem dos bancos para empréstimos
Imagem Destaque

São Paulo – O governo continua tomando medidas para garantir que os bancos reduzam os juros e ampliem os empréstimos. Na sexta-feira 14, o Banco Central anunciou a redução das alíquotas adicionais do compulsório – parcela dos depósitos dos clientes que os bancos são obrigados a recolher ao BC. A partir da sexta-feira 21, a alíquota sobre os depósitos à vista passará de 6% a zero, e a que incide sobre os depósitos a prazo será reduzida de 12% para 11%, surtindo efeito a partir de 29 de outubro.

Com isso, o BC estará abrindo mão de R$ 30 bilhões do estoque de depósitos compulsórios, que atualmente chega a R$ 380 bilhões. O objetivo é que os bancos utilizem esse recurso para ampliar o crédito e, dessa forma, impulsionar a economia brasileira.

Desde o início do mês de abril, quando iniciou o processo de redução dos juros nos bancos públicos, o governo vem tentando baixar juros e spread bancários do sistema financeiro nacional, que são dos mais altos do mundo, e assim facilitar o acesso da sociedade ao crédito bancário. Nesse mesmo mês, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) entregou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, documento onde listava 20 pontos que, segundo os banqueiros, eram pré-requisitos para a diminuição das taxas e aumento do crédito. A queda das alíquotas do compulsório era um deles.

> Redução de juros estimula concorrência entre bancos
> Dilma exige retratação da Febraban sobre juros

“Com lucro líquido altíssimo e uma das maiores rentabilidades da economia brasileira, o setor financeiro nacional já não tinha desculpas para dificultar a ampliação do volume de empréstimos. Agora, com essa nova medida do governo, tem ainda menos argumentos. Eles reclamaram a redução do compulsório ao governo e estão sendo atendidos. Resta saber se vão finalmente começar a cumprir seu papel e contribuir para o desenvolvimento do país”, analisa a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Empregos – A dirigente ressalta ainda que o aumento do volume de empréstimos nos bancos deve ser acompanhado de mais contratações nos bancos, que vêm demitindo e fechando postos de trabalho quando outros setores menos lucrativos têm aumentado o número de postos de trabalho.

> Geração de empregos nos bancos cai 83%
> Bancos têm capacidade para contratar muito mais

“Desde que reduziram juros, BB e Caixa ampliaram suas carteiras de crédito e, consequentemente, aumentaram em muito o volume já alto de trabalho dos bancários. Aumentar os empréstimos é fundamental para a economia do país, mas isso tem de ser acompanhado com geração de emprego, uma das principais reivindicações da categoria nesta Campanha Nacional.”

Leia mais:
> Bancários cobram retomada das contratações
> Fenaban propõe aumento real de 0,7%


Andréa Ponte Souza - 17/9/2012

seja socio