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Grito dos Excluídos reuniu cerca de seis mil pessoas

Linha fina
CUT SP participou da manifestação que ocorreu no feriado da Independência e reivindicou um estado a serviço da nação
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São Paulo - A 18ª edição do Grito dos Excluídos, que reuniu sindicatos, pastorais e movimentos populares nas ruas da capital paulistana reuniu cerca de seis mil manifestantes. A CUT São Paulo participou da caminhada que teve início na Praça Oswaldo Cruz, na Avenida Paulista, e seguiu até o Monumento das Bandeiras, no Ibirapuera.

O evento ocorreu na sexta-feira 7 para reivindicar “um estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda a população”, mulheres e homens empunharam bandeiras contra a exclusão social e por uma sociedade mais justa e democrática.

Segundo João Batista Gomes, secretário de Políticas Sociais da CUT/SP, a atividade contou com a participação de trabalhadores da saúde e da educação, além de representantes dos movimentos sem-teto, da luta feminista e da população LGBT. “A central reafirma o seu compromisso com os movimentos que lutam em defesa das políticas sociais”, disse.

Para Sônia Maria dos Santos, da Marcha Mundial de Mulheres, o movimento feminista luta contra a maré porque discute temas que são contrários à uma cultura machista e conservadora. “Nosso grito é contra a violência doméstica e contra a criminalização das mulheres que praticam o aborto. Isso condena qualquer mulher ao caminho da clandestinidade, fazendo com que ela corra graves perigos para a sua própria saúde física e psíquica. É uma questão de saúde pública que precisa ser encarada no país”, ressaltou.

Para Nelson da Cruz Souza, coordenador do Movimento de Moradia da Região Centro (MMRC), a atividade representa o grito de todos os/as oprimidos/as. “Somos humilhados e vivemos uma intensa revolta porque apesar dos nossos direitos estarem garantidos na Constituição Federal, eles não são respeitados por grande parte dos governantes”, afirmou.

De acordo com Gomes, da CUT/SP, outra difícil situação enfrentada pela população de São Paulo é a questão habitacional. O déficit paulista é estimado em 1,2 milhão de moradias. Segundo estudo feito pela Secretaria Habitacional para a elaboração do Plano Municipal - que estabelecerá políticas na área até 2014, cerca de 800 mil famílias vivem atualmente em situações precárias de moradia na cidade. “Numa gestão psdebista no estado e do DEM na capital, pelo prefeito Gilberto Kassab (PSB), só resta aos movimentos fazerem as suas denúncias e as suas lutas”, afirmou o secretário.

Segundo Nelson, o governo de São Paulo é o exemplo de uma gestão antipopular e que não permite qualquer manifestação dos que estão às margens. “Quando saímos em caminhada, o que primeiro encontramos é a polícia que nos questiona sobre cada passo que daremos, ou seja, não temos liberdade e nem tampouco voz”, disse.

Para o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, entre a população mais sofrida em São Paulo, está a que vive espalhada nas ruas da cidade. Segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), solicitado há dois anos pela Secretaria Municipal de Assistência Social, cerca de 13 mil pessoas dormem em albergues ou moram nas ruas da cidade.

“É com tristeza que vemos a população de rua em uma situação de solidão, cansaço e abandono. Ela sofre uma violência muito grande em São Paulo e precisamos lutar contra a indiferença e a favor da humanização. Esse é um grito pela vida porque estamos dizendo que ‘somos um povo que quer viver’”, concluiu Lancellotti.

Interior - Em Campinas, cerca de 40 mil pessoas participaram das atividades do 7 de setembro na cidade, segundo dados da Guarda Municipal da região. A atividade ocorreu na Avenida Francisco Glicério. Entre os participantes estiveram representantes de movimentos sindicais e populares, além de alunos de escolas municipais, estaduais e particulares.

No ato, os manifestantes chamaram a atenção para os grupos excluídos afetados pelo desemprego, pela miséria e a fome, com a intenção de propor caminhos alternativos para o desenvolvimento do país com foco nas políticas de inclusão social e participação de todos os cidadãos e cidadãs. "A participação dos movimentos sindicais e movimentos sociais superou nossas expectativas, pois conseguimos dar uma excelente visibilidade com nossas bandeiras de luta no Grito dos Excluídos nesse ano de 2012", ressaltou José Tavares, coordenador da subsede CUT Campinas e Região.


CUT-SP – 12/9/2012

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