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Bancários fazem assembleia nesta quinta (12)

Linha fina
Se proposta dos bancos não mudar, haverá greve a partir do dia 19
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São Paulo – Após um mês de negociação, não houve acordo entre a federação dos bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários. A categoria reivindica reajuste de 11,93% (aumento real de 5%) e os bancos propõem índice de 6,1% (sem aumento real).

Os bancários votam em assembleia amanhã (12), às 19h30, para rejeitar a proposta sem aumento real e paralisação por tempo indeterminado a partir do dia 19.

Na última rodada de negociação, na quinta-feira (5), em São Paulo, os bancos mostraram que, ao contrário do que afirmam, não estão dispostos a resolver a campanha na mesa de negociação. “O lucro dos seis maiores bancos – BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC – cresceu 18,2% comparando o resultado do primeiro semestre de 2013 com mesmo período de 2012, chegando a R$ 29,6 bilhões. Mas propõem pagar aos seus funcionários 6,1% de reajuste salarial e não melhoram condições de trabalho. Isso é inadmissível”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando. “Não vamos fechar a campanha sem aumento real e melhorias para a saúde, segurança e as condições de trabalho dos bancários.”

Adoecimento - A categoria bancária está entre as que mais sofrem com doenças ocupacionais relacionadas à forma de gestão dos bancos que apostam numa rotina de metas abusivas, extrema pressão e assédio moral como forma de aumentar sua produtividade. Mais de 21 mil bancários (21.144) foram afastados no ano passado, de acordo com dados do INSS, em todo o país – sendo 27% por LER/Dort e 25,7% por transtornos mentais e comportamentais (como stress, depressão, síndrome do pânico). Somente nos três primeiros meses de 2013, 4.387 pessoas se licenciaram pelos mesmos motivos (25,8% transtornos mentais e 25,4% por LER/Dort). Em 2011, o número de bancários afastados foi de 20.714.

Acionistas x trabalhadores – Entre 1999 e 2005, em média, os acionistas ficavam com 25,9%, os impostos, 24%, e os bancários, 50,1%. Entre 2006 e 2012, uma inversão: o governo continua em 23%, mas acionistas passaram a receber quase 40% e aos trabalhadores restaram 37%. E isso num cenário em que os bancários trabalham cada vez mais. Os balanços dos seis maiores bancos mostram que o lucro gerado por trabalhador subiu 19,4%; cada bancário ampliou em 13,6% a receita com tarifas; o número de contas correntes por bancário aumentou 6,9%. Só caiu a quantidade de trabalhadores por agência: - 5% (comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2012).


Principais reivindicações:

• Reajuste Salarial de 11,93%, sendo 5% de aumento real
• PLR – três salários mais R$ 5.553,15
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.860,21)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá – Salário Mínimo Nacional (R$ 678)
• Emprego – Fim das demissões em massa, ampliação das contratações, combate às terceirizações e contra o PL4330 (que libera a terceirização e precariza as condições de trabalho), além da aprovação da convenção 158 da OIT (que inibe dispensa imotivada)
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Mais segurança nas agências bancárias, com a proibição do porte de chaves de cofres e agências por bancários
• Igualdade de oportunidades, com contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes


Cecilia Negrão 

Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(11) 3188-5212 ou (11) 99485-4868


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