São Paulo - O lucro dos maiores bancos cresceu 16,5%, a arrecadação com tarifas subiu 10,02%, mas a proposta apresentada pelos bancos não chega a 1% de aumento real. Por isso, e por não haver qualquer sinalização no sentido de acabar com a pressão por metas abusivas e a sobrecarga de trabalho, os bancários estão em greve por tempo indeterminado a partir de terça 30.
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Os dados são dos balanços de BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander comparando os primeiros semestres de 2013 e 2014.
Foram oito rodadas de negociação. Na última antes da greve, convocada para o sábado 27, a federação dos bancos (Fenaban) alterou a proposta feita no dia 19 de 7% de reajuste para 7,35% (0,94% de aumento real) e os 7,5% do piso para 8% (1,55% de aumento real). Em assembleia nessa segunda 29, os bancários rejeitaram por unanimidade essa nova proposta e organizaram a paralisação já definida no dia 25.
> Proposta ainda é insuficiente; Comando indica greve
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“Seja qual for o indicador que se use, todos comprovam: os bancos podem melhorar esses números. A categoria quer aumento maior não só para os salários, mas para PLR, piso, vales e auxílios”, reforça a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que negocia com a Fenaban.
> Dados mostram que bancos podem
“Além disso, os bancos voltaram à mesa com o mesmo discurso de que metas são coisas normais, da vida. E não é bem assim. Metas que adoecem, que deprimem tanto que afastam milhares de trabalhadores de suas atividades, não podem ser consideradas normais, são abusivas! Os bancários não aguentam mais tanta pressão e isso tem de mudar”, destaca a dirigente. “Queremos ainda resposta para o fim das demissões imotivadas que geram sobrecarga de trabalho, para o problema da falta de igualdade de oportunidades que cria uma situação de injustiça na ascensão profissional nas instituições financeiras, adoção de mais medidas de segurança nas agências”, lembra Juvandia.
“Esta campanha está sendo diferente, com aumento real desde a primeira proposta, mas ainda é insuficiente e temos muito a avançar. Os bancos estão ignorando reivindicações importantes para a categoria (leia no quadro ao lado), o que levou os bancários à greve. Agora é unir forças, convencer um novo colega a participar e a cada dia parar uma nova unidade. Só com muita pressão vamos mudar essa história!”
Além de dirigentes das principais entidades representativas da categoria, o ex-presidente do Sindicato e deputado estadual (PT), Luiz Claudio Marcolino, participou da assembleia para levar seu apoio aos bancários.
Bancos públicos – As direções do Banco do Brasil e da Caixa também não atenderam às reivindicações específicas dos empregados e o Comando Nacional está cobrando que retomem as negociações.
Comando de greve – Integrado por dirigentes do Sindicato, da Fetec-CUT/SP, da Contraf-CUT, cipeiros, além de delegados sindicais da Caixa e do BB, o Comando de Greve reúne-se na terça 16h30, na sede do Sindicato (Rua São Bento, 413). Outros bancários também podem participar.
Ato – Os bancários farão um grande ato na quinta-feira 2 de outubro, na Avenida Paulista (altura do 1.800), para protestar contra a independência do Banco Central prevista em alguns programas de governo dos candidatos à Presidência da República. Lá será feita uma grande assembleia de rua da categoria. “Somos contra a independência do BC porque isso significaria entregar ao mercado, aos bancos, decisões tão importantes para o país como a inflação, a moeda, taxa de juros. Questões que têm grande impacto no emprego e na vida da população e não podem estar nas mãos de apenas um setor da sociedade”, afirma a presidenta do Sindicato.
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O protesto faz parte do calendário do Comando e será realizado em todo o país.
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Cláudia Motta - 29/9/2014
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Categoria paralisa atividades em todo o país para cobrar de bancos proposta com aumento real de fato para salários, PLR, piso e vales, além de melhoria nas condições de trabalho com o fim das metas abusivas, da sobrecarga de trabalho, mais empregos, segurança e igualdade de oportunidades na ascensão
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