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Bancos apresentam proposta insuficiente

Linha fina
Proposta com aumento real de apenas 0,61% não foi aprovada pelo Comando; Será levada para assembleia dia 25 e, se não mudar, greve a partir do dia 30
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São Paulo – Após sete rodadas de negociação, a federação dos bancos (Fenaban) apresentou proposta para o Comando Nacional nesta sexta-feira (19), em São Paulo. O reajuste apresentado foi de 7% diante de uma inflação de 6,35% para a data base da categoria. Isso representa aumento real de apenas 0,61%. Para os pisos a proposta é de 7,5%, aumento real de 1,08%. O Comando Nacional dos Bancários avaliou que a proposta é insuficiente e falta resolver questões importantes, como o fim das metas abusivas e ampliação das contratações. Haverá assembleia em São Paulo na próxima quinta-feira (25) e, se proposta não mudar, greve nacional a partir do dia 30.

“A média dos ganhos reais das categorias que negociaram no 1º semestre foi de 1,54%. Os bancos têm rentabilidade bem mais alta que outros setores, com condições de aceitar as reivindicações dos trabalhadores. Não queremos só aumento real, mas melhores condições de trabalho”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região. “Um setor que lucra bilhões de reais por semestre no Brasil não pode dar aumento real de 5% para os principais responsáveis pelos altos lucros, que são seus trabalhadores? Não pode contratar mais funcionários e acabar com as filas nas agências e o adoecimento na categoria? O resultado disso são bancários e clientes insatisfeitos”. 

Reivindicações – A categoria bancária entregou para a Fenaban, dia 1º de setembro, a pauta de reivindicações da categoria. Entre os itens principais estão o índice de 12,5% (reposição da inflação mais aumento real de 5,4%, acima da inflação), o piso salarial no valor de R$ 2.979,25 e a PLR (três salários base mais parcela adicional fixa de R$6.247). E reivindicam ainda melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas. (ver principais itens abaixo).

Alguns itens que não avançaram na mesa de negociação com a Fenaban:

Saúde: Os bancos começaram a rodada de negociação sobre saúde e condições de trabalho negando que as metas impostas aos bancários sejam abusivas. A despeito do grande número de afastados por licença médica, recusaram-se a debater o modo de gestão que privilegia vendas e causa adoecimento, afirmando que a Convenção Coletiva de Trabalho não é lugar para isso. A categoria bancária está entre as que mais sofrem com doenças ocupacionais relacionadas à forma de gestão dos bancos que apostam numa rotina de metas abusivas, extrema pressão e assédio moral como forma de aumentar sua produtividade. Mais de 18 mil bancários (18.671) foram afastados no ano passado (2013), de acordo com dados do INSS, em todo o país – sendo 24,6% por LER/Dort e 27% por transtornos mentais e comportamentais (como stress, depressão e síndrome do pânico).

Emprego – Na mesa de negociação, os bancos dizem que não vão discutir o assunto. Se em 1990 havia mais de 730 mil bancários no país, atualmente são cerca de 512 mil, para atender demanda crescente. Apenas nos últimos 12 meses os bancos fecharam 5.512 postos de trabalho.

Reajuste – A Fenaban apresentou proposta de 7% (aumento real de apenas 0,61%) e para os pisos a proposta foi de 7,5% (aumento real de 1,08%). O setor é o mais rentável da economia no Brasil. O lucro líquido dos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos seis primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 28,5 bilhões, com alta de 16,5% em relação ao mesmo período de 2013.

Principais reivindicações da Campanha Nacional 2014:
• Reajuste Salarial de 12,5%, sendo 5,8% de aumento real (inflação de 6,35%)
• PLR – três salários mais R$ 6247
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 2.979,25)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 724);
• 14º salário
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
• Mais segurança nas agências bancárias

Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos dez anos, a categoria conseguiu aumento real - acumulado entre 2004 e 2013 - de 18,3%. Sendo 2010 (3,08%); 2011 (1,50%), 2012 (2,00%) e 2013 (1,82%).


Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(11) 3188-5212 ou (11) 99485-4868
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