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Cidade de Deus está indignada com 7% de reajuste

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Bancários lotados na sede do Bradesco rechaçam proposta de reajuste salarial oferecida pela Fenaban; dirigentes convocaram trabalhadores para assembleia deliberativa na quinta 25 sobre realização de greve
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São Paulo – “A proposta foi péssima. Com o tanto que os bancos lucraram no ano passado, oferecer 7% de aumento é uma piada.” Opiniões iguais a essa surgiram aos montes durante ato do Sindicato em frente à Cidade de Deus, sede do Bradesco, em Osasco, na segunda-feira 22.

> Fotos: galeria da manifestação

O protesto foi organizado para reforçar a Campanha Nacional 2014 na concentração e distribuir aos funcionários a Folha Bancária contendo informações detalhadas sobre a negociação entre a Fenaban e o Comando Nacional dos Bancários, ocorrida na sexta-feira 19, quando os bancos apresentaram o índice.

“Dialogamos com os bancários, explicamos que devido à proposta baixa teremos assembleia na quinta-feira 25, quando os bancários deverão decidir sobre a realização de uma greve para forçar os bancos a rever esse número”, explica o dirigente sindical Alexandre Bertazzo.

A federação dos bancos (Fenaban) propôs 7% de reajuste para os salários – o índice representa aumento real de 0,61% diante da inflação de 6,35% (INPC). Para o piso, 7,5%, com aumento real de 1,08%.

> Bancos propõem 7% no salário e 7,5% para piso

O lucro líquido para os cinco maiores bancos (BB, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander) cresceu 16,5%. A variação, por empregado, foi de 17,7%. Isso significa que a atuação de cada empregado nesses bancos incrementou em mais de 17% o lucro entre um ano e outro.

As instituições que operam no Brasil lucraram R$ 60,7 bi em 2013. Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil subiu 1,9% no primeiro trimestre deste ano, elas cresceram 2,6% (dados do IBGE comparando ao primeiro trimestre de 2013).

“Esses resultados excelentes comprovam que os bancos têm condições de oferecer não só reajuste, como também PLR e vales melhores”, avalia Alexandre Bertazzo. “Também vamos cobrar da Fenaban o fim das demissões, que geram sobrecarga de trabalho, e das cobranças e do assédio moral para o cumprimento de metas abusivas, que estão acabando com a saúde dos bancários. Exigimos respeito, pois os trabalhadores são os responsáveis por esses lucros bilionários”, finaliza o dirigente.


Rodolfo Wrolli – 22/9/2014

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