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Itaú força avaliação para baixo

Linha fina
Sindicato critica metodologia de programa de metas que pressupõe baixa performance
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São Paulo – A avaliação dos bancários do Itaú – composta por atribuição de pontos que vão se refletir sobre remuneração variável e oportunidades internas – é alvo de críticas dos trabalhadores. Uma delas é a metodologia usada no chamado eixo Y, que avalia o comportamento dos funcionários. O eixo X trata dos resultados.

São dois os principais problemas: a limitação da quantidade de pontos a distribuir e o enquadramento de trabalhadores em grupo com resultados previamente insatisfatórios.

De acordo com a dirigente sindical Márcia Basqueira, após pressão do Sindicato, o banco marcou reunião para início de agosto, mas a discussão foi desmarcada. “Insistimos e queremos uma data para debater o modo como são feitas a contagem e distribuição dos pontos porque, do jeito que está, a avaliação só vem para prejudicar o trabalhador. Essa prática tem impedido realocações e reduzido a remuneração variável dos funcionários”, explica.

Entenda – A quantidade de pontos para distribuir entre a equipe é limitada. “Muitas vezes, por exemplo, o gerente tem 11 pontos para distribuir, mas ele tem três bancários para avaliar. Nesse caso, se todos os três merecessem a nota máxima 5, não seria possível porque teria de dar uma nota menor para alguém. Ou seja, não é justo e é um modo de rebaixar a nota do pessoal”, relata a diretora do Sindicato.

Outro problema está no cruzamento do eixo X e Y, que localiza o trabalhador a partir das notas tanto de comportamento quanto de resultados alcançados.

Se, de acordo com as regras do banco, é preciso distribuir no mínimo 10% no quadrante “crítico” e 10% em “performance baixa”, 50% estarão no quadrante “performance esperada” e, no máximo, 30% estarão no quadrante “diferenciado”.

“Novamente aí vemos uma curva forçada estabelecendo necessariamente que uma porcentagem do pessoal deva estar sempre na mira de demissão e pressão abusiva, sem culpa nenhuma. Isso é prova de assédio institucional, não pode acontecer”, denuncia a dirigente.

Outra reclamação recorrente vem dos trabalhadores que voltam de licença médica: “Tenho recebido várias queixas de que estão sendo avaliados, quando o correto seria não avaliar”, ressalta Márcia. “Como não apresentaram resultado, já que estavam fora do banco para cuidar da saúde, estão sendo colocados no “crítico”. Esse é outro contrassenso do Itaú para o qual vamos cobrar mudança”, declara.


Mariana Castro Alves – 23/9/2014

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