Pular para o conteúdo principal

Bancos ganharam R$ 36 bi de lucro este ano e não sabem se trabalhadores terão aumento real

Linha fina
Fenaban informou que só terá proposta dia 25; Comando Nacional dos Bancários protestou e acha data distante
Imagem Destaque

A quarta rodada de negociação entre a Federação dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários, nesta quarta-feira (16), terminou sem proposta de remuneração para a categoria.

Uma nova negociação foi marcada para o dia 25. A categoria entregou a pauta de reivindicações no dia 11 de agosto. Já foram discutidos os temas emprego (19/08), saúde, segurança e condições de trabalho (02 e 03/09), igualdade de oportunidades (09/09). Data-base da categoria é 1 de setembro.

“Os cinco maiores bancos ganharam, somente no semestre, R$ 36,1 bilhões, com crescimento de 27,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Não existe crise para o setor, que também lucra com o aumento da Selic . Nos seis primeiros meses ganharam R$ 109,6 bilhões com receitas de títulos, crescimento de 59% em relação ao mesmo período de 2014. Mesmo com tanto dinheiro, eles demitem os trabalhadores e aumentam as taxas de juros para os clientes”, disse Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários. “A Fenaban marcou nova reunião dia 25 e tem até lá para apresentar uma proposta condizente com os ganhos bilionários dos bancos para os trabalhadores”.

“É muito tempo para que a Fenaban apresente uma proposta para nossas reivindicações. O Comando ficou muito insatisfeito e protestou veementemente. Não parece que estão interessados em resolver nossa campanha como afirmam. Dia 25 os bancários esperam uma proposta que justifique essa longa espera”, disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e um dos coordenadores do Comando Nacional. "Um setor que ganha tanto deveria valorizar mais seus empregados na hora da campanha. Temos que estar muito mobilizados neste momento e com muita disposição para defender nossos direitos, empregos e salários".

Dados - Como as instituições financeiras são as principais detentoras dos títulos da dívida pública elas ganham muito dinheiro quando a taxa Selic sobe. Apenas nos seis primeiros meses de 2015 os cinco maiores bancos atuantes no país ganharam R$ 109,6 bilhões com receitas de títulos, crescimento de 59% em relação ao mesmo período de 2014. Essa é uma primeira fonte de ganhos diretos, mas há outras. A Selic é a taxa de juros básica da economia e acaba servindo como referência para todas as outras. Se a Selic sobre sobem também as taxas de juros bancárias. A taxa do cartão de crédito, por exemplo, chegou a 304% ao ano em 2015, o cheque especial a 210% ao ano e assim por diante. Dessa forma mesmo com um crescimento muito modesto do crédito os bancos seguem ganhando muito com os juros cobrados dos clientes. Por fim vem a questão do emprego. Mesmo com seus lucros crescendo, os bancos cortaram mais de 7 mil postos de trabalho nos últimos 12 meses. Ganham em cima de seus clientes e também em cima dos trabalhadores.


Lucro - O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos seis primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 36,1 bilhões, com crescimento de 27,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais itens do balanço desses bancos comprovam o sólido desempenho do setor. As receitas com prestação de serviços e tarifas bancarias cresceram 11,4% atingindo o valor de R$ 55 bilhões.


Dados da Categoria - Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São mais de 500 mil bancários no Brasil, sendo 142 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. Nos últimos onze anos, a categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2014 de 20,07%: sendo 1,50% em 2009; 3,08% em 2010; 1,50% em 2011, 2% em 2012, 1,82% em 2013 e 2,02% em 2014.


Principais reivindicações da Campanha Nacional Unificada 2015:
• Reajuste Salarial de 16%, sendo 5,6% de aumento real, com inflação de 9,88% (INPC)
• PLR – três salários mais R$ 7.246,82
• Piso – Salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66)
• Vales Alimentação, Refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá  – Salário Mínimo Nacional (R$ 788);
• 14º salário
• Fim das metas abusivas e assédio moral – A categoria é submetida a uma pressão abusiva por cumprimento de metas, que tem provocado alto índice de adoecimento dos bancários
• Emprego – Fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e precarização das condições de trabalho
• Mais segurança nas agências bancárias


Cecilia Negrão
Assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
(11) 3188-5212 ou (11) 99485-4868
[email protected]

Secretaria de Imprensa da Contraf-CUT
Contatos: (11) 3107-2767/Gerson (11) 99779-1679

seja socio