São Paulo - Trabalho que adoece. A categoria bancária tem níveis epidêmicos de adoecimento. A imagem de um trabalhador bem vestido, em agências e departamentos de boa aparência, com ar-condicionado, é uma fachada que esconde uma legião de pessoas em grande sofrimento.
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“Metas abusivas, cobranças constantes e assédio moral fazem parte da rotina dos bancários e levam ao adoecimento e presenteísmo (gente que trabalha mesmo doente) em níveis altíssimos na categoria.” A afirmação foi feita pelo secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale, durante exposição no III Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde, na quinta-feira 27, poucos dias antes da segunda rodada de negociação da Campanha Nacional Unificada 2015. Nos dias 2 e 3, o Comando Nacional dos Bancários vai debater com a federação dos bancos (Fenaban) as reivindicações de saúde, condições de trabalho e segurança.
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O dirigente citou dados da Previdência Social que indicam o grau de adoecimento na categoria: em 2014, o número de afastados chegou a 18.671, entre esses, 4,6 mil por LER/Dort e 5,6 mil por transtornos mentais. “E se desse para contar os que tiveram o afastamento negado pela perícia ou os que vão trabalhar mesmo doentes, esses números seriam muito maiores.”
Cobrança abusiva - Para o secretário de Saúde do Sindicato, Dionísio Reis, a cobrança por metas abusivas é um dos principais problemas vivenciados pela categoria. “Para mudar essa lógica adoecedora, os bancários precisam ter controle sobre a organização do trabalho. Em vez de ter as metas impostas, queremos discutir no local de trabalho a produção e a forma de entregá-la. A saída é mudar esse modo de gestão por metas abusivas que gera assédio moral. E é o que vamos cobrar na negociação desta semana.”
Mais conquistas - Nos últimos anos, os bancários garantiram em suas campanhas avanços no sentido de melhorar as condições de trabalho. “O assédio moral, por exemplo, que não era sequer reconhecido, tem agora um instrumento de combate previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Também conquistamos a proibição de cobrança de metas por meios eletrônicos e a divulgação de rankings de performance. Mas a luta é constante e depende da participação dos bancários ao lado do Sindicato. São as denúncias de desrespeito à CCT que nos permitem cobrar e avançar mais”, salienta Dionísio.
Os trabalhadores reivindicam, ainda, ampliação das medidas de segurança nas agências, como a presença de pelo menos dois vigilantes durante o expediente, biombos entre os caixas, além do fim da revista de trabalhadores que vem sendo adotada em algumas instituições.
Cláudia Motta - 1º/9/2015
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Rodada de negociação da Campanha Nacional será nos dias 2 e 3 e bancários vão cobrar da federação dos bancos fim do assédio moral e das metas abusivas
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