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Bancários querem comemorar já, Santander

Linha fina
Banco é mais um a soltar comunicado tentando justificar o injustificável: proposta que nem repõe a inflação vai levar bancários à greve a partir do dia 6
Imagem Destaque
Redação Spbancarios
5/9/2016


São Paulo – Os bancos usam e abusam do seu poder de comunicação nas intranets para tentar convencer os bancários. Desta vez, passaram dos limites.

Após a proposta rebaixada feita pela federação dos bancos (Fenaban), tentaram convencer os trabalhadores da categoria que o índice era o máximo possível para o setor.

> Bancos querem confundir a categoria 

Não colou. Em assembleia realizada no dia 1º de setembro, a categoria bancária decidiu fazer greve por tempo indeterminado a partir do dia 6, contra o índice de 6,5% que não repõe sequer a inflação e todos os demais nãos respondidos pelos banqueiros para as principais reivindicações da categoria.

> Proposta dos bancos é desrespeito e levará à greve

Ajustar para celebrar quando? – Na carta enviada pelo presidente Sérgio Rial, o Santander fala em crise e cobra um sentimento de colaboração e submissão ao propor que os bancários aceitassem o reajuste abaixo do INPC, sugerindo uma espécie de doação de parte dos salários para os lucros do banco.

“A carta também não é verdadeira em relação à rentabilidade do sistema bancário ou mesmo do próprio Santander. Basta ver que Rial não se aventura em colocar números por que eles mostrariam que é mínima a retração nos bancos comparando-se com os enormes ganhos do período recente”, critica a diretora executiva do Sindicato, Maria Rosani. “O banco quer a volta do lucro aos patamares do período em que tiveram ganhos gigantescos, mas nem por isso atenderam tudo o que os bancários reivindicavam. Cada avanço que tivemos sempre foi arrancado na luta”, destaca a dirigente, lembrando que as tarifas cobradas pelo banco cobrem quase duas vezes a folha de pagamento dos funcionários.

“Melhor seria se o Santander em vez de se atrapalhar, jogasse claro e o presidente Rial escrevesse assim: olha, tivemos uma retração, mas vamos bancar o futuro, tivemos semestres menores, mas nossos analistas apontam um PIB em torno de 2% no próximo ano. Vamos jogar o jogo e mostrar que temos fé neste Brasil”, sugere Rita Berlofa, também diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander. “Vamos lá, presidente. energize-se, vamos pra luta. E pague o nosso reajuste. Ajude a economia crescer”, sugere.

“Ou será que o Santander se alinha ao governo de Temer com seu conjunto de medidas restritivas e de retirada de direitos, como aposentadoria e reforma trabalhista reacionária? Estará o Santander se aliando ao sistema financeiro e à Fiesp para retirar direito e renda do trabalhador?”, questiona o presidente da Afubesp, Camilo Fernandes. “Esperamos que o Santander não se alinhe a essa aventura e trate os trabalhadores da unidade no Brasil com o mesmo equilíbrio que faz com os trabalhadores da Espanha.”
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