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Chapéu
Mulheres

Cine Birita destaca participação feminina no cinema

Linha fina
Lançamento do projeto, que realizará sessões de filmes independentes em bares, será no Café dos Bancários na quarta-feira 26
Imagem Destaque
Foto: Divulgação

O setor cinematográfico brasileiro é bastante desigual para homens e mulheres. Segundo dados da Ancine divulgados no começo do ano, apenas 19,7% dos 142 longas-metragens brasileiros lançados em 2016 foram dirigidos por mulheres – todas brancas. Nenhum deles foi dirigido ou roteirizado por uma mulher negra. Em contrapartida, 75,4% das produções foram dirigidas por homens brancos.

Pensando em valorizar a diversidade, o Cine Birita traz curtas que valorizam a presença feminina no cinema. A estreia do projeto, que fará um circuito de filmes independentes em bares, acontece na quarta-feira 26 no Café dos Bancários e traz na programação duas produções com mulheres na direção. Uma delas é Sue Durden, diretora de Entretantos, curta que discute justamente o que representa ser mulher na sociedade contemporânea.

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Entretantos é um videodança que levanta várias questões, algumas explícitas - como a relação de poder sobre o corpo e o ser feminino - e outras nem tanto, utilizando camadas como a narrativa em off, a dança e o próprio cenário externo e social da cidade”, explicou.

Estreia

Também incluído na programação de lançamento da mostra, o curta O provável amor da sua vida é o primeiro de Luiza Víglio na direção – posto que ela divide com João F. Maciel. Ela trabalha como produtora há 10 anos, mas esta é a primeira vez que dirige uma obra de ficção.

“Esse filme foi feito sem incentivo de dinheiro público, com um orçamento privado. Faz parte de um projeto de outros oito curtas, que comemoram 20 anos do Bar Bukowski, um bar lendário no Rio de Janeiro. Quando fui convidada para dirigir o curta, a justificativa foi justamente por quererem um olhar novo e de feminino. Por isso uma mulher não-diretora”, explica.

Após passar por algumas experiências no teatro, a atriz Milena Fernandes faz, agora, sua estreia nas telonas – não só como a protagonista de Lavínia, o amor a gente sente, mas como cantora e compositora da música Mistério, que compõe a trilha sonora do filme.

“Eu nunca tinha pensado em participar de uma coisa assim, de atuar para cinema, com câmeras, com toda aquela produção”, disse a artista. “Também achei que a minha música combinou bastante com a intenção do curta. Fico feliz, porque acho trilhas sonoras essenciais”, completou.

Para MaicknucleaR, um dos organizadores da mostra, o objetivo do projeto é justamente dar visibilidade a produções das mais diversificadas.

“Essa iniciativa vem para reforçar que produções de baixo ou zero custo têm sua relevância no cenário cultural nacional, tanto como composição artística, quanto como movimentação cultural regional, local. Creio que o objetivo de todos criadores de arte é que sua arte possa ser apreciada, então projetos como esse são altamente importantes por serem pontes entre criadores e expectadores”, defendeu.

“Precisamos cada vez mais de janelas possíveis para o mercado audiovisual, para filmes de todos os gêneros e durações. Existem públicos para todos os tipos de festivais! E isso é incrível! Há necessidade de mais projetos como esse para expandir a distribuição de filmes de forma menos competitiva e mais igualitária, seja ela em relação de gênero, classe ou formato de produções”, completou a cineasta Sue Durden.

Além dos filmes mencionados, a programação inclui os curtas GENESIS (dir. Elcio Anderson) e A História de Ângelo (dir. Diogo Cronemberger). As exibições começam pontualmente às 20h, mas o Café dos Bancários estará aberto desde as 17h para os espectadores já escolherem seus lugares e irem pedindo seus drinks e petiscos. Lembrando que bancários sindicalizados têm 10% de desconto na hora de pagar a conta. A casa aceita, além dos cartões de crédito e débito, os vales-refeição Alelo, Ticket, Sodexo, VR, Policard e Valecard.

O Café dos Bancários fica na Rua São Bento, 413.

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