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Chapéu
Demarcação e valorização

Mulheres indígenas encerram encontro em São Paulo

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Manifestantes realizaram marcha pelo centro da capital paulista. O encontro contou com a presença de mulheres de várias etnias brasileiras e algumas de outros países, como a Bolívia
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Foto: @LUKISSIMA/TWITTER

Encontro das Mulheres Indígenas de São Paulo, que teve como lema "Mulheres Indígenas Lutar é resistir", reuniu cerca de 200 pessoas na Aldeia do Pico do Jaraguá, zona norte da cidade. Como parte da programação, as indígenas realizaram uma marcha nas ruas do centro da capital, na segunda dia 3.

A reportagem é da Rede Brasil Atual.

Maria Yarapotu, da Aldeia do Pico do Jaraguá, destaca que as mulheres indígenas precisam ser ouvidas nas suas necessidades e especificidades. "Nós não temos nem água direito dentro da comunidade. Se nós, mulheres, não começarmos a reclamar, vamos perder nossos direitos. A partir de hoje tem que ser comemorado o Dia Internacional da Mulher Indígena, a mulher indígena saiu para a luta e se transformou numa guerreira. Chega de nos escondermos", defende.

O encontro contou com a presença de mulheres de várias etnias brasileiras e algumas de outros países, como a Bolívia. Para Sani Kalapalu, do Alto Xingu, a luta se fortalece com a união de todos os povos originários. "Eu, como uma mulher xinguana, gostaria de dizer que a intenção é fortalecer mais a luta, independente da etnia. Temos que dialogar, porque juntas temos muita coisa para mudar", diz Sani, em entrevista à repórter Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual.

Tamicuã Tiri, do povo Pataxó, afirma que o Brasil tem uma dívida histórica com os povos tradicionais desse território, que ela chama de Pindorama. "O estado de São Paulo tem uma grande dívida com os povos originários. O colonialista fez seu barranco, mas está prestes a desmoronar. Os rios estão secando e nos chamam de índios, mas nós somos civilizados e tratamos a natureza com cuidado."

Ricarda Yapixana, uma das organizadoras do encontro, fala sobre as principais demandas das mulheres indígenas, entre elas a demarcação de terras e a valorização da cultura desses povos. "Foi algo inédito para nós, que lutamos e gritamos por respeito e pela demarcação de terras. Nós queremos manter a nossa cultura e identidade. Nós, como mulheres indígenas, estamos aqui para quebrar a barreira da invisibilidade", aponta.

O Dia Internacional da Mulher Indígena, comemorado em 5 de setembro, homenageia Bartolina Sisa, mulher quéchua que foi esquartejada durante a rebelião anticolonial de Túpaj Katari, no Alto Peru.

Ouça a reportagem da Rádio Brasil Atual:

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